O termo “sustentabilidade” já está aliado em diversos setores de produção, cujo intuito é explorar os recursos naturais de forma que haja uma minimização dos impactos ambientais gerados pelo processo empregado. No Paraná, as florestas com Araucárias foram amplamente exploradas e pouca relevância foi atribuída aos produtos considerados não madeireiros. De acordo com a FAO (1995), pelo menos 150 PFNM têm significado no comércio internacional. Desta maneira, o objetivo do presente trabalho foi avaliar qualitativamente os potenciais não madeireiros das espécies catalogadas em um Inventário Florestal realizado em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista (FOM) em pequenas propriedades rurais na comunidade de Assungui da cidade de Fernandes Pinheiro, Paraná, bem como classifica-las em categorias de usos e possíveis recomendações para enriquecimento de áreas de reserva legal para uma exploração de subprodutos. De acordo com o levantamento florístico foram registradas 107 espécies de caráter florestal distribuídas em 39 famílias botânicas. Destas, 64 espécies com potencial não madeireiro foram amostradas representando 59,81% do total registrado, conferindo uma ampla diversidade de produtos e utilizações. Essas espécies foram estruturadas em categorias de usos sendo a classe medicinal a mais representativa com 49,28% do total amostrado, seguido de ornamental (42,8%), melífera (33,17%), alimentícia (22,47%), forrageira (13,91%), fornecedora de taninos (10,7%), fibras (5,35%), resinas (5,35%), dentre outras categorias menos representativas em número de espécies. Das espécies amostradas, uma porção representativa possui ao menos uma propriedade não madeireira. Assim, através de enriquecimentos de áreas de reserva legal com espécies pré-determinadas, pode se contribuir para a restauração de ecossistemas e diversificação de renda de produtores rurais familiares.