IntroduçãoO ambiente rural na modernidade tem sido tratado de forma distinta pelos estudiosos. Para uns, o rural está em processo de desaparecimento à medida que a modernização e a industrialização dos espaços produtivos destroem as formas de organização social que têm na agricultura camponesa ou familiar suas bases fundamentais. Nessa perspectiva, o rural emerge como um espaço de atividades e profissões diversas submetido à racionalidade do capital. Para outros, o rural é reconstruído por atores diversos, dentre os quais o agricultor familiar, principal personagem de um rural ancorado na tradição da vida social camponesa.Boa parte dos referenciais de interpretação de um rural já urbanizado vem dos países modernizados, onde as comunidades camponesas se desintegraram. Hoje esses países apresentam um baixo índice de população economicamente ativa residindo no espaço agrário.O tema da ruralidade não pode ser tratado sem que se recorra à história da ocupação do território, de suas formas sociais de produção e de organização social. No Brasil, a história da ocupação do território foi uma história de lutas e tensões sociais em que a grande propriedade, em certo sentido, foi a vencedora. No plano das lutas sociais poucas foram as situações em que os camponeses obtiveram vitória (BRANDENBUG, 1998). Pode-se afirmar que o Brasil foi formado socialmente sob o signo da grande propriedade, embora a partir da transição do Brasil Colonial para o Agrário Exportador a pequena propriedade gradualmente tivesse conquistado seu espaço, sendo o agricultor familiar socialmente reconhecido como categoria.As grandes propriedades foram, sem dúvida, as responsáveis por grandes espaços vazios no meio rural. Em primeiro lugar, pela concentração da moradia dos escravos, parceiros, colonos, meeiros e agregados nas suas sedes e, em segundo, pelo caráter absenteísta dos seus proprietários. Mas, na medida em que surgem as cidades, os centros urbanos, a categoria de fazendeiros (grandes proprietários) tem o rural apenas como espaço de atividade econômica ou de lazer e não como espaço de vida. Assim, pode-se afirmar que foram os pequenos
Apresentação do Dossiê Temático Soberania alimentar, desenvolvimento territorial e sustentabilidade: olhares e contextos
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