RESUMO O objetivo deste artigo é compreender as relações simbólicas que envolvem a motivação no trabalho voluntário. A parte empírica do artigo tem como locus a Associação Voluntárias da Apae (Avapae) de Venda Nova do Imigrante. O artigo se legitima na relevância de estudar as organizações por meio de abordagens voltadas para os simbolismos organizacionais (Morgan, Frost, & Pondy, 1983; Gioia, 1986 Carrieri & Saraiva, 2007). Neste artigo, isso se realiza pelo reconhecimento da relação entre a construção social da realidade (Berger & Luckmann, 1985) dos voluntários e suas representações da motivação com base em uma subjetividade (Rey, 2005) articulada nas especificidades do trabalho voluntário. Os dados empíricos foram coletados por meio de 14 entrevistas semiestruturadas com voluntários da Avapae, observação não participante durante três meses no local de trabalho dos voluntários e análise de documentos. Os dados foram tratados com base na técnica de análise de conteúdo. Para as voluntárias estudadas, o trabalho está relacionado com a capacidade de, por meio de um bordado, por exemplo, produzirem-se significados, como ajudar o próximo, divertir-se, mudar a rotina, entre outros. A motivação, observada por meio dos significados da participação voluntária, tem como base o sentimento de fazer parte de algo ou de transformar um meio, tendo um papel importante naquela tarefa social (Palassi & Vervloet, 2011). A pesquisa evidenciou o contexto da Avapae como complexo permeado por múltiplos simbolismos e subjetividades, com destaque para as construções sociais oriundas dos moradores de Venda Nova do Imigrante, além dos limites da organização estudada. O venda-novense configurou-se como produto e produtor de parte dos simbolismos que envolvem a motivação para o voluntariado. Como contribuição final deste trabalho, defende-se que os caminhos para tratar da motivação para o voluntariado devem considerar a ação dos atores socais e os seus contextos de inserção em termos das trocas simbólicas vivenciadas na organização e na sociedade mais ampla, como foi observado na comunidade venda-novense.
A maneira como as carreiras são construídas no setor privado vem sendo objeto de investigação exaustiva ao longo dos últimos vinte anos (Bendassolli, 2009; Chanlat, 1995, 1996). A compreensão sobre o matiz de como tais construções têm operado no setor público brasileiro ainda constitui uma lacuna na literatura atual sobre o tema (Bresser-Pereira, 1996; Saravia, 2006). O objetivo deste artigo é compreender como são construídos os processos pessoais de carreira de servidores com carreiras técnicas de nível superior no setor público, frente às diferentes perspectivas de carreiras articuladas no contexto social contemporâneo. Por meio de um estudo de caso descritivo, em um recorte qualitativo, buscou-se identificar a existência de características proteanas e mudanças de atitude a elas relacionadas, comumente associadas ao setor privado (Hall & Moss, 1998), nos servidores de uma Secretaria de Estado que trata da gestão de recursos humanos em um estado brasileiro. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. Dois grupos foram selecionados para compor os sujeitos de pesquisa, um com quinze servidores ativos e outro com cinco ex-servidores que pediram demissão. O tratamento dos dados foi realizado por meio da Análise do Conteúdo das entrevistas em uma abordagem temática (Bardin, 1979; Minayo, 2007). Os resultados revelam o rompimento da lógica da construção de carreira do setor público no contexto investigado, com servidores em busca de uma carreira sem fronteiras, vinculada às suas perspectivas pessoais.
2 R R R RESUMO ESUMO ESUMO ESUMOO objetivo do estudo é evidenciar e discutir a configuração dos discursos sobre a responsabilidade social nas organizações, assim como a sua incorporação da temática ambiental. Assume-se que várias estratégias são adotadas para disseminar determinado discurso sobre essas questões. Porém as ambigüidades inerentes à inserção desses temas nas organizações remetem a um discurso fragmentado (Fineman, 1996), revelando práticas de abertura e de dissimulação. A discussão teórica parte do tema responsabilidade social, o confronta com a temática ambiental e relaciona os discursos com as ambigüidades das práticas organizacionais oriundas dos dois temas. Por fim, um estudo de caso na Antena embasa a discussão. Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental e de 40 entrevistas semi-estruturadas. Foi utilizado o método da Análise do Discurso (Fiorin, 1989). Como conclusão, comprovou-se que a preocupação com a responsabilidade social, já incorporando a temática ambiental, permeia a organização. Ela está na fala e em ações da alta direção, dos gerentes e de boa parte dos técnicos. Entretanto o silêncio sobre os limites dessa responsabilidade é preenchido por um grupo de técnicos que revela a dissimulação, quando a abertura ameaça seus objetivos específicos.Palavras-chave: responsabilidade social; discursos; temática ambiental.
Os Estudos Críticos em Gestão (ECG) são formados por bases epistemológicas distintas. Contudo, haveria algum ponto em comum que fosse capaz de dar um status de campo de estudo aos ECG? Alguns autores afirmam que a busca pela emancipação seria uma característica comum às correntes de pensamento que fazem parte dos ECG. Diante desse panorama, este artigo problematiza se a emancipação realmente é uma característica presente no movimento pós-estruturalista, enfocando principalmente as possíveis diferenças entre o pós-estruturalismo e a Teoria Crítica sobre esse tema, bem como analisando quais as possíveis distinções existentes entre autores pós-estruturalistas relacionadas à emancipação e à subjetividade. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em estudos que discutem as principais características dos Estudos Críticos em Gestão. Conforme será descrito, o pós-estruturalismo deixa claro que pretende romper com a dicotomia existente na concepção de sujeito, na qual, em um polo, encontra-se um sujeito completamente autônomo (sujeito individual) e, no outro, um sujeito determinado pelo social (sujeito coletivo), rompendo com a dicotomia agência versus estrutura. Entende-se que emancipação é um ponto-nodal entre os Estudos Críticos em Gestão e não somente uma característica comum. Nesse sentido, o que existem são emancipações no plural, pois há diferenças conceituais entre e dentro das abordagens dos Estudos Críticos em Gestão que têm implicações diretas nos conceitos de universalidade, subjetividade e emancipação, bem como em suas formas de ação política.
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