OBJETIVO: Investigar a prevalência de adolescentes e adultos jovens que foram vítimas de violência sexual em algum momento da vida e comparar a presença de sintomas depressivos e ansiosos, qualidade de vida e uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre esta população e a que não sofreu abuso. MÉTODOS: Aplicaram-se questionários e instrumentos validados, em uma população de estudantes universitários, para avaliar: perfil e comportamento sexual, nível socioeconômico, presença ou não de violência sexual (Questionário sobre a Exposição a Eventos Traumatizantes), sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck) e ansiosos (Inventário de Ansiedade de Beck), qualidade de vida (World Health Organization’s Quality of Life Assessment) e o uso ou abuso de tabaco, álcool e drogas ilícitas (Teste para Triagem do Envolvimento com Fumo, Álcool e Outras Drogas). RESULTADOS: Dos 858 alunos que responderam à pesquisa, 71 (8,3%) foram vítimas de violência sexual, sendo 52 meninas (73,2%). No grupo vítima de abuso havia mais alunos que já tinham tido a coitarca (p = 0,029), alunas que já engravidaram (p = 0,001), estudantes com maiores escores para sintomas depressivos (p < 0,001) e ansiosos (p = 0,001), alunos com pior qualidade de vida (p < 0,001) e que usavam mais tabaco (p = 0,008) e maconha (p = 0,025) bem como abusavam de hipnóticos ou sedativos (p = 0,048) que no grupo não vítima. CONCLUSÃO: Os impactos causados pelo abuso são diversos e afetam, mesmo no longo prazo, a vida dos sobreviventes. Abordar o tema e o discutir, amplamente, em todas as esferas da sociedade é uma forma de mobilizar, sensibilizar e instrumentalizar o coletivo, desmistificando o assunto e chamando atenção para essa importante questão social.
Este artigo tem como objetivo compreender as experiências da adolescência quando surgem a gravidez, maternidade e paternidade, desde a vivência da gestação até o primeiro ano de vida da criança, enfocando os significados atribuídos pelos adolescentes, bem como as mudanças que ocorreram em suas vidas com a chegada do bebê e seus planos para o futuro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem etnográfica, empírica, exploratória e descritiva. Participaram da pesquisa cinco adolescentes com idade entre 11 e 17 anos, que engravidaram ou cujas parceiras engravidaram, residentes no oeste catarinense, durante o período contínuo de 15 meses de coleta de dados. Percebeu-se que as experiências da maternidade e paternidade se caracterizam como significação para a vida adulta e acarretam o aceleramento do caminho em direção a essa fase, com transição prematura de papéis, cabendo principalmente a adolescente o cuidado com a criança e ao adolescente prover a casa. Observou-se a necessidade de conhecer os planos dos adolescentes para que sejam criadas políticas públicas que facilitem a concretização dos seus ideais, pois estar em situação de maternidade ou paternidade na adolescência não deve representar a impossibilidade de realizações dos sonhos futuros.
Este artigo é parte de um projeto maior, realizado com a participação de adolescentes e jovens adultos alunos da graduação, de uma Universidade Federal. É uma pesquisa descritiva com orientação qualitativa, onde utilizamos a técnica de coleta de dados da História Oral, os relatos orais de vida, das participantes que confirmaram terem sofrido algum tipo de violência sexual intrafamiliar durante a infância e/ou a adolescência. Objetivamos conhecer as histórias e as características da violência sexual intrafamiliar, de forma a refletir sobre a revelação, a prevenção e a redução de danos. Os relatos apontam que as sobreviventes à violência sexual intrafamiliar temem a reação familiar à revelação, receiam serem desacreditadas e/ou responsabilizadas pela violência sexual, sentem-se culpadas mesmo sabendo que foram sujeitos vulneráveis em situações de violência. Neste estudo, parte das nossas participantes não revelaram a violência sexual imediatamente por não saberem ou terem certeza do significado da violência sexual na época. Outras temeram por seus familiares e a tristeza, raiva, descontrole emocional que a verdade poderia lhes causar, preocupando-se com a possibilidade de vivenciar mais violência. Consideramos fundamental que as crianças e adolescentes sejam prevenidos sobre a possibilidade de a violência sexual ocorrer, que sejam educadas sobre as formas de manifestação, inteirando a possibilidade do(a) violentador(a) ser alguém de sua confiança, um(a) familiar ou amigo(a) da família, orientando que toda violência deve ser revelada a um adulto quantas vezes forem necessárias, pois muitas vezes a revelação não é acolhida, nem a violência é interrompida.
Este artigo é resultado de uma pesquisa empírica, qualitativa, exploratória e descritiva, onde objetivamos a apropriação dos conhecimentos, atitudes e opiniões de adolescentes sobre trollagens e o escárnio contra a obesidade no mundo virtual, assim como exploramos os limites entre a brincadeira e o cyberbullying. Construímos um perfil no Facebook para absorver as dinâmicas da plataforma, estabelecendo contato sem interações públicas significativas com as postagens entendidas como de humor, e páginas que patrocinavam publicações voltadas ao riso na rede social, incluindo as com nomes associados à expressão trollar e meme. Realizamos também oito entrevistas semi-estruturadas com adolescentes, com idade entre 17 e 19 anos. As falas transcritas e as postagens no Facebook foram analisadas pela perspectiva da Análise de Conteúdo, de Bardin. Os resultados indicam que, para os adolescentes entrevistados, os vínculos de amizade representam permissão para comentários e ações que relacionadas a estranhos e fora do círculo afetivo, seriam consideradas violência. Percebemos que quando as publicações são baseadas em preconceitos e discriminações sua replicação faz com que tal ação atinja um coletivo representado na imagem, vídeo ou comentário. De forma que, se for um caso de cyberbullying, sua potência atingirá sujeitos para além do alvo inicial.
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