Os povos indígenas do Brasil vêm passando por transformações desde o período de colonização, quando o contato com os europeus iniciou seu processo de hibridação cultural. Atualmente, o meio de vida tradicional indígena busca estratégias de assimilação cultural, ao mesmo tempo que procura resistir e conservar sua identidade junto à sociedade envolvente. Nesse novo formato, os povos indígenas necessitam cada vez mais do uso do dinheiro, e, tendo em vista as poucas opções de renda monetária dentro da Terra Indígena (TI), o recurso mais comum tem sido buscar complementar a renda fora do seu território. Assim, o presente estudo teve por objetivo analisar as estratégias e consequências do processo de assalariamento dos povos Kaingang e Guarani da TI Mangueirinha, PR. Para tanto, a pesquisa buscou entrevistar agenciadores, lideranças e trabalhadores indígenas que estão inseridos no processo de assalariamento indígena. Ao final, percebeu-se que as lideranças indígenas têm um papel significativo no processo de assalariamento formal dos indígenas, assim como identificaram-se respostas distintas desse processo, de acordo com a cultura envolvida.
Trata-se de um estudo qualitativo com observação direta que teve como objetivo identificar a presença e a articulação dos indígenas Kaingang do Sudoeste do Paraná fora das Terras Indígenas (TI’s). A pesquisa foi realizada na Terra Indígena Mangueirinha, por ser a mais populosa e estar mais próxima dos pólos de desenvolvimento da mesorregião, utilizando a técnica de roteiro de perguntas abertas e diário de campo. Constatou-se que os indígenas sentem-se desvalorizados pela sociedade envolvente, e que as principais atividades desenvolvidas por eles na região são como funcionários nas empresas, no comércio, nas escolas e nas prefeituras, e como estudantes de curso superior nas faculdades e universidades. O fato de as TI’s manterem uma relação de troca sociopolítica, especialmente quando se trata da mesma etnia, faz-nos crer que os resultados evidenciados por este estudo na TI Mangueirinha se reproduzem nas demais. Deste modo, pode-se dizer que o índio Kaingang está presente nas áreas econômicas e educacionais do Sudoeste do Paraná, contribuindo com o seu desenvolvimento e beneficiando-se dele para o próprio desenvolvimento Kaingang.
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