Este artigo tem como objetivo apresentar uma nova interpretação para a estrutura tradicionalmente conhecida como Indicativo II, no âmbito da família Tupí-Guaraní, um subgrupo do tronco linguístico Tupí, por meio da análise de quatro línguas da família: Tupinambá, Apyãwa, Guajá e Nheengatú. O estudo apresenta a hipótese de que as expressões adverbiais deslocadas para a primeira posição da sentença ativam um tipo de nominalização do predicado que na oração básica funcionava como o predicado principal. Além disso, apresentamos uma possível interpretação para o desenvolvimento histórico de tais construções e relacionamos suas características a diferentes graus de preservação do padrão tipológico omnipredicativo. Como resultado, observamos que a redução da produtividade da referida construção parece estar associada à perda gradativa das propriedades omnipredicativas das línguas.
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number agreement systems often present traces of older elements common to different languages of the same family; thus, their emergence is difficult to reconstruct. one possible origin of such systems is the grammaticalization of plural words into bound morphemes, which, as a result of a long process, develop into agreement markers and may become obligatory. Various investigations have provided evidence for this hypothesis. However, the complete process of change from a system with no number as grammatical category into a number agreement system in a single language has not been documented. this paper analyses documents covering different stages of the development of the nheengatu language from tupinambá in order to observe how the number agreement system emerged in modern nheengatu. By doing so, this paper supports the idea that grammaticalization may have occurred rapidly in intense contact situations.Keywords: number agreement. Grammaticalization. Língua geral (nheengatu). tupi-Guarani.Resumo: sistema de concordância de número frequentemente apresentam cognatos em diferentes línguas da mesma família, o que pode indicar que são muito antigos. Por isso, é muito difícil reconstruir a emergência desses sistemas. Uma possível origem para sistemas de concordância de número é a gramaticalização de palavras independentes com função de 'plural' em morfemas presos, que, como resultado de um longo processo, transformam-se em marcas de concordância, podendo inclusive se tornar obrigatórios. Várias pesquisas proveem evidências para essa hipótese. no entanto, o processo completo de transformação de uma língua sem a categoria gramatical de número em uma língua que apresenta concordância de número não foi ainda documentado. Este trabalho analisa documentos de diversas etapas de desenvolvimento do tupinambá até o nheengatu com o objetivo de observar como o sistema de concordância de número teria emergido em nheengatu. Ao fazer isso, este trabalho dá suporte à ideia de que gramaticalização pode ocorrer mais rapidamente em situações de intenso contato linguístico.Palavras-chave: Concordância de número. Gramaticalização. Língua geral (nheengatu). tupi-Guarani.
O tipo omnipredicativo de língua é definido pelo fenômeno de a maioria das entradas lexicais poderem funcionar por si só como predicados. O presente artigo investiga as características apresentadas por quatro línguas da família Tupi-Guarani (Tupinambá, Guajá, Apyãwa e Nheengatú) que, além da indistinção entre nomes e verbos que funcionam como predicado, apresentam outras características omnipredicativas. A manifestação diferenciada dessas características nas quatro línguas permite avaliar que há uma tendência à perda gradativa da omnipredicatividade quando se comparam as línguas mais conservadoras com as menos conservadoras e atesta que, sincronicamente, as línguas se encontram em diferentes fases de mudança de um padrão mais prototipicamente omnipredicativo para padrões menos prototipicamente omnipredicativos.
O presente artigo apresenta resultados da pesquisa realizada pelo projeto Descrição e Documenta ção das Variedades do Nheengatu no Amazonas, financiado pelo CNPq, sobre as variedades do Nheengatu do Amazonas em três regiões do estado onde se encontram falantes com diferentes graus de proficiência. Neste trabalho tratamos a descrição e documentação fonético-fonológica do Nheengatu nas regiões do Alto Rio Negro, Médio Rio Amazonas e Médio Rio Solimões tendo como pressuposto teórico a linguística descritiva para a descrição e análise dos dados e como metodologia a pesquisa etnográfica com base na pesquisa de campo para coleta de dados nas três regiões
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