A COVID-19, doença que se alastrou amplamente no mundo ao longo do ano de 2019 e de 2020, causando inúmeras mortes, tem sido alvo de diversas pesquisas. Todavia, ainda falta material conciso e relevante sobre o tratamento farmacológico dessa doença em cenário ambulatorial. Assim, essa revisão da literatura busca avaliar as evidências disponíveis sobre esse tópico. Para tal, foram realizadas duas buscas no PubMed a fim de elencar artigos que tratem sobre a intervenção farmacológica em pacientes ambulatoriais acometidos pela doença. A partir disso, foram analisados oito artigos, que tratavam de doze diferentes fármacos: hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina associada a hidroxicloroquina, remdesivir, anti-piréticos, analgésicos, lopinavir-ritonavir, AINEs, corticosteroides, iECA, BRAs e nitazoxanide. Sob tal perspectiva, foi concluído que ainda há uma escassez de evidências nesse tópico e que são necessários mais estudos clínicos randomizados para avaliar qual seria a melhor opção de tratamento farmacológico de pacientes com COVID-19 em cenário ambulatorial.
Introdução: Na década de 1930 a Finlândia tinha elevada mortalidade infantil. Para melhorar a saúde materna e infantil e proporcionar a todas as crianças um começo de vida igual, independente de classe social, o governo do país adotou na sua política a distribuição, para as puérperas, de caixas de papelão com itens básicos para a saúde materno-infantil, como roupas, lençóis e itens de higiene. Estas caixas também serviam de berço nos primeiros meses de vida do bebê. O governo, acreditando na importância do acompanhamento médico nesse período, vinculou o recebimento da caixa ao compromisso de revisitar a equipe de saúde. Após a introdução da caixa do bebê com esses itens de proteção, a realidade da saúde finlandesa mudou — a taxa de mortalidade infantil e a mortalidade materna diminuíram consideravelmente. Assim, a Associação de Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (AHMI) adotou a ideia finlandesa como forma de proteção para a saúde materno infantil durante a pandemia da COVID-19. Objetivo: Identificar as puérperas em situações de vulnerabilidade social e prestar assistência às suas famílias, com a entrega de caixas de papelão com inúmeros insumos como forma de assistência e de incentivo ao acompanhamento dos bebês no hospital. Materiais e métodos: Desde setembro de 2020, aplica-se um questionário a todas as puérperas do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Discriminam-se as pacientes mais vulneráveis, aptas a receber as caixas de maternidade que complementam as necessidades familiares. A análise estendeu-se até janeiro de 2021. Resultados: Foram entrevistadas 811 pacientes, das quais 290 foram consideradas vulneráveis e encaminhadas para o recebimento da caixa maternidade com produtos de higiene para mãe e bebê, roupas e fraldas. Foram distribuídas 259 caixas maternidade e 430 cestas básicas de alimentação. Apesar do convite para retirarem as doações, 10,6% das pacientes não compareceram. As pacientes atendidas pelo projeto já saem com a consulta de retorno para o bebê marcada na alta hospitalar. Mediante o retorno com carteira de vacinação da criança em dia, faz-se a entrega de mais produtos como forma de incentivo ao cuidado com a saúde. O retorno para a consulta de 30 dias do bebê foi somente de 41,6%. Conclusão: A replicação desse modelo possibilitou uma forma concreta e importante de contribuição da sociedade civil às famílias mais vulneráveis na pandemia. Este projeto poderá ser ampliado e servir de exemplo para a política de saúde pública. Mesmo com a proposta de nova doação, os retornos dos bebês para um atendimento no hospital ficaram muito abaixo do esperado, o que demonstra um grande espaço para melhorias nesse cuidado após o nascimento. É um momento oportuno de orientações de saúde a essas famílias, que poderá futuramente impactar a morbimortalidade infantil e as taxas de vacinação da cidade.
Introdução e Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na situação socioeconômica e na assistência pré-natal das puérperas atendidas no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV). Métodos: Foram entrevistadas 811 puérperas de setembro de 2020 a janeiro de 2021. Avaliou-se a situação socioeconômica delas e o acesso ao pré-natal nesse período. O questionário era dividido em três etapas. Pacientes que chegassem à terceira eram consideradas em situação de vulnerabilidade social e selecionadas para recebimento de doações. Resultados: Do total da amostra, 69,2% mulheres referiram que a sua situação econômica sofreu o impacto da pandemia. Delas, 51,8% referiram nenhuma ou pouca dificuldade para adquirir alimentos básicos; 35,6% constataram média dificuldade; e 12,6% referiram muita ou extrema dificuldade. Na segunda etapa, avaliaram-se 387 pacientes com média de 1,2 pessoas empregadas e apenas 0,6 trabalhando com carteira assinada. Nesse grupo vulnerável, 68,8% recebiam auxílio financeiro do governo, cujo valor médio era de R$ 433,34. A renda mensal média entre elas era de R$ 1.671,13. Na terceira etapa do questionário, avaliaram-se 290 puérperas. Constatou-se que 85,9% fizeram acompanhamento pré-natal adequado pela rede pública de saúde (média de oito consultas). Nesse grupo mais vulnerável, a idade média foi de 26,5 anos e a formação era de 97,9% de brasileiras, sendo 46% brancas, 29% pretas, 23% pardas e 2% indígenas. Delas, 71% já tinham outro filho (média de 1,5 filhos, intervalo de 1-14). Somente 3,9% das pacientes possuíam ensino superior, ainda que incompleto, 24,2% ensino médio completo, 29,1% médio incompleto, 18,9% ensino fundamental completo e 23,9% não haviam completado sequer o fundamental. Na entrevista, 76,9% informaram estarem desempregadas e 75,4% delas relataram possuir companheiros (20,7% deles estavam desempregados, 55% eram autônomos e 24,3% trabalhavam com carteira assinada). Conclusão: Grande parte das puérperas refere prejuízo socioeconômico em função da pandemia de COVID-19 e quase metade delas afirmou estar passando por dificuldades importantes para adquirir alimentos básicos. Entre as pacientes mais vulneráveis, poucas eram escolarizadas e a maioria encontrava-se desempregada, dependendo inteiramente do companheiro, de familiares e/ou de auxílio do governo, disponível somente a 69% desse grupo. Felizmente, mesmo em virtude da pandemia, a grande maioria realizou adequado acompanhamento pré-natal e teve alta hospitalar com excelentes taxas de amamentação (87%), importantíssima, especialmente para essa população.
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