Introdução: As malformações congênitas estão entre as principais causas de óbitos na primeira infância, sendo a mais frequentes e a de maior morbimortalidade, a cardiopatia congênita (CC), representando 40% das malformações. Possuem mau prognóstico e sua identificação precoce é essencial. As malformações cardíacas congênitas apresentam amplo espectro clínico, compreendendo desde defeitos que evoluem de forma assintomática até aqueles que determinam sintomas importantes e alta taxa de mortalidade. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo traçar o perfil epidemiológico da mortalidade pediátrica por malformação congênita cardíaca na região norte do Brasil, no período de 2011 a 2018. Métodos: É um estudo transversal, descritivo, de cunho quantitativo, classificada como epidemiológica retrospectiva temporal, que utilizou o DATASUS por meio da ferramenta TABNET, no período de 2011 a 2018. As variáveis analisadas foram faixa etária em menores de 19 anos, sexo, cor e especificando as malformações cardíacas, comparando a taxa de mortalidade entre os estados da região norte do Brasil. Resultados: A região Norte apresentou um total de 3143 óbitos por malformações congênitas cardíacas de 2011 a 2018, tendo uma média anual de 392,875 óbitos. A taxa de mortalidade na região foi de 10,6/1000. Os maiores índices de mortalidade encontram-se na malformação congênita do septo cardíaco. Em relação aos estados da região Norte, o Pará apresentou a maior incidência de óbitos, seguido pelo Amazonas. Aproximadamente, 80% dos óbitos ocorreram em menores de 1 ano de idade. Além disso, evidenciou-se uma discreta prevalência no sexo masculino em todos os estados e em pacientes autodeclarados pardos. Conclusão: Os resultados encontrados nesse estudo sugerem a relevância da implementação de políticas públicas direcionadas à prevenção e ao diagnóstico precoce das malformações cardíacas congênitas, podendo minimizar as mortes evitáveis relacionadas a essa patologia. Palavras-chave: Cardiopatias Congênitas; Epidemiologia; Pediatria.
Introdução: A doença inflamatória intestinal (DII) compreende a doença de Crohn (DC) e a Colite ulcerativa (CU) e pode ser diagnosticada na infância e na adolescência em 25% dos casos. Objetivo: Estudar a distribuição dos casos de DII em crianças e adolescentes na faixa de menor de 1 a 14 anos de idade entre os anos de 2010 e 2019 na região Norte do Brasil. Métodos: Um estudo epidemiológico descritivo realizado com dados obtidos por meio do DATASUS. Foram pesquisados dados da Região Norte no período de 2010 a 2019 e analisados os valores relativos às internações, estratificados conforme faixa etária, sexo, cor/etnia por DII nos estados supracitados. Resultados: O Estado do Pará, com 66,86% (440) dos casos registrados, apresentou um valor expressivamente maior que os demais. Houve um aumento gradativo da incidência de DII até 2012, havendo a partir de 2013 uma queda progressiva no número de casos. No geral, 54,25% dos pacientes foram do sexo masculino e 45,74% do sexo feminino. Conclusão: Apesar da diminuição dos casos com base nos dados coletados, essa doença possui um impacto na qualidade de vida e morbimortalidade desses pacientes. Sendo assim, é necessário ações de atenção básica para a prevenção dessa enfermidade.
Introdução: A meningite é caracterizada pela inflamação das meninges, possuindo diversos fatores causais, infecciosos ou não. A etiologia viral é a mais incidente, entretanto a mais importante do ponto de vista de mortalidade é a bacteriana. Embora a região Norte do Brasil seja considerada zona endêmica de doenças infectocontagiosas, poucos são os estudos publicados que abordam fatores envolvidos na disseminação populacional desses agravos. O objetivo desse trabalho foi o estabelecimento e comparação dos coeficientes de incidência (CI) de óbitos pela doença no Brasil e Tocantins entre 2010 e 2015. Material e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico e transversal realizado com dados obtidos do total de notificações no SINAN, entre os períodos de 2010 a 2015. Resultados: Em 2010, no Brasil, houve 3003 casos relatados de doença meningocócica, com CI de 617 óbitos/100.000 habitantes. Já em 2015, o CI foi de 243 óbitos/100.000 habitantes. No Tocantins, em 2010, houve 62 óbitos da doença meningocócica, em 2011, 63 óbitos, em 2012, 73 óbitos, em 2013, 74 óbitos, em 2014, 71 óbitos e em 2015, 33 óbitos. Resultando, nos respectivos CI: 4,4; 4,4; 5,0; 5,0; 4,7 e 2,2 óbitos/100.000 habitantes. Discussão: Os achados apontam para uma superioridade proporcional do Brasil em relação ao Tocantins no número de casos, assim como de óbitos. Isso pode ser em detrimento, tanto de no Brasil haver regiões endêmicas e, portanto, com maior taxa de detecção, como por subnotificação no caso do Tocantins, que é um fator recorrente nos estados da região Norte do Brasil. Conclusão: o CI de óbitos por meningite no Tocantins é inferior ao do Brasil e esse CI se manteve estável no recorte temporal analisado. Este estudo sugere a importância de relatos de casos na região, além do protagonismo da eficiência dos sistemas de detecção e notificação para o planejamento do serviço assistencial. Palavras-chave: Epidemiologia; Infecções Meningocócicas; Infectologia; Medicina Tropical; Meningite. ABSTRACT Introduction: Meningitis is characterized by the inflammation of the meninges, having several causal factors, infectious or not. The viral etiology is the most frequent, however the most important from the point of view of mortality is bacterial. Although the northern region of Brazil is considered an endemic area of infectious diseases, few published studies address factors involved in the dissemination of these diseases. The objective of this study was the establishment and comparison of the incidence coefficients (IC) of deaths by the disease in Brazil and Tocantins between 2010 and 2015. Material and Methods: This is an epidemiological and cross-sectional study with data obtained from total notifications in SINAN between 2010 and 2015. Results: In 2010, in Brazil, there were 3003 reported cases of meningococcal disease, with a IC of 617 deaths / 100,000 inhabitants. By 2015, the IC was 243 deaths / 100,000 inhabitants. In Tocantins, in 2010, there were 62 deaths from meningococcal disease in 2011, 63 deaths in 2012, 73 deaths in 2013, 74 deaths in 2014, 71 deaths and in 2015, 33 deaths. Resulting, in the respective ICs: 4.4; 4.4; 5.0; 5.0; 4.7 and 2.2 deaths / 100,000 inhabitants. Discussion: The findings point to a proportional superiority of Brazil in relation to Tocantins in the number of cases, as well as deaths. This may be detrimental to the fact that in Brazil there are endemic regions and, therefore, with a higher rate of detection, as by underreporting in the case of Tocantins, which is a recurring factor in the northern Brazilian states. Conclusion: The IC of meningitis deaths in Tocantins is lower than in Brazil and this IC remained stable in the temporal cut analyzed. This study suggests the importance of case reports in the region, as well as the role of the detection and notification systems for the planning of care services. Keywords: Epidemiology; Infectious Disease Medicine; Meningitis; Meningococcal Infections; Tropical Medicine.
Introdução: As malformações arteriovenosas pulmonares (MAVP) são artérias que se conectam diretamente a uma veia através de pequenos aneurismas causando comprometimento da oxigenação e possível hipoxemia. Apenas 10% dos casos são identificados na infância. Cerca de 25-50% dos pacientes terão alguns sinais e sintomas, tais como cianose, baqueteamento digital, dispneia, fadiga e policitemia. Descrição: Este relato descreve o caso de um paciente do sexo masculino, 8 anos, apresentando história de cianose e desconforto respiratório desde o período neonatal sendo, aos 2 anos, diagnosticado com policitemia e aos 4 anos, com malformação pulmonar e insuficiência respiratória crônica, mantendo dispneia aos pequenos esforços (SatO2 entre 68-75%). Foi admitido no Hospital Infantil de Palmas devido dispneia progressiva e desconforto respiratório com as seguintes alterações ao exame físico: cianose intensa, baqueteamento digital e hemangioma em hemitórax direito. Os exames laboratoriais evidenciaram hemoglobina de 20,8. A angiotomografia do tórax mostrou a proeminência da vascularização vascular à direita, com aumento de calibre dos vasos pulmonares, identificação da artéria nutridora e veia de drenagem, com múltiplas e pequenas imagens nodulares na periferia pulmonar homolateral, no lobo superior direito, segmento superior e medial do lobo inferior direito. A arteriografia da artéria pulmonar direita evidenciou artéria com microfístulas arteriovenosas no segmento superior do pulmão, com drenagem para o átrio esquerdo. Para tratamento optou-se por uma lobectomia superior direita. Porém, foi necessária uma reabordagem de emergência, com toracotomia exploradora à direita para tratamento de uma hemorragia intrapleural e toracostomia com drenagem da pleura fechada, devido uma síndrome do coágulo retido e discrasia sanguínea. Paciente evoluiu com SatO2 de 70-82% ao uso de oxigênio. Recebeu alta da UTI após 2 semanas de pós-operatório. Conclusão: A abordagem cirúrgica nos pacientes pediátricos deve ser analisada com cautela antes da sua realização, para que não traga mais riscos do que benefícios ao paciente.
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