RESUMOObjetivo: Identificar e analisar fatores de risco associados ao estrabismo, dados oftalmológicos e antecedentes pessoais e familiares. Métodos: Estudo prospectivo, descritivo e analítico realizado com 240 pacientes que consultaram pela primeira vez nos ambulatórios de estrabismo. Foram avaliadas a frequência e associação entre estrabismo, dados de exames oftalmológicos e antecedentes pessoais e familiares para identificação dos fatores de risco. Resultados: Observou-se maior prevalência de estrabismo em mulheres (56,96%) em relação aos homens (43,02%). A faixa etária mais atendida no ambulatório de estrabismo foi composta de crianças até 15 anos de idade (83,54%). Encontrou-se mais esotropia (55,27%) que exotropia (42,20%) e parcela menor de estrabismo vertical isolado (2,53%). A prematuridade foi associada ao estrabismo convergente (p=0,023) e não ao divergente (p=0,086). O diabetes mellitus materno foi associado à esotropia (p=0,024) e exotropia (p=0,036) no filho, mas a hipertensão arterial materna, uso de medicamentos para hipertensão e diabetes durante a gravidez e drogas ilícitas não foram estatisticamente significativos. Pacientes com paralisia cerebral tiveram mais associação com exotropia (p=0,008) que esotropia (p=0,019). Malformações congênitas, consanguinidade entre os pais e traumas oculares não apresentaram associação estatisticamente significativa para o estrabismo. A maioria dos pacientes com estrabismo apresentou boa acuidade visual corrigida e fundoscopia normal. Na análise de proporções a hipermetropia foi mais frequente na esotropia (68,7%). Conclusão: Os fatores de riscos internos e externos podem interferir na formação e desenvolvimento do olho na fase de plasticidade ocular, com prejuízo da binocularidade visual, podendo resultar em estrabismo. Há divergências com relação aos fatores de risco realmente associados e mais estudos são necessários para a identificação. Institutions where the study was carried out:
EDITORIALO auge do período do pensamento ocidental, conhecido como modernidade, é denominado de iluminismo, conceito que sintetiza o modo de pensar e de agir que dominou o séc. XVIII: iluminar, lançar as luzes da ciência e do conhecimento sobre o mundo para tornarmos este um mundo melhor. Esse período é marcado por um grande otimismo social: mediante o uso da razão, da ciência e do engajamento político-social, seria somente uma questão de tempo para que a ignorância e o irracionalismo desaparecessem. A ciência traria o progresso para a sociedade e a construção de um mundo melhor, sem guerras, sem fome, sem doenças, sem injustiças, sem o mal… É por volta de 1930 e 1940 que filósofos, sociólogos e psicólogos de procedências distintas começam a questionar esses ideais iluministas. O contexto de ascensão do nazismo, as duas grandes guerras mundiais, a crise econômica de 1929, a revolução russa e toda a sua matança abalam nossa confiança no racionalismo como único guia em direção a uma sociedade mais justa e entende-se que mesmo a razão pode nos levar a caminhos obscuros; o conhecimento e a ciência também se colocam à serviço da morte e da crueldade e se compreende que "o nazismo não é um acidente de percurso em nossa história, ele é a realização de um ideal iluminista, ele é a face obscura da modernidade". Civilização não é sinônimo imediato de progresso e percebe-se que os avanços culturais e tecnológicos não cumpriram suas promessas de bem-estar e justiça social. Em suma, a razão científica avançada não serve para lidar com as pulsões humanas mais elementares, aquelas ligadas à agressividade e à destrutividade. Neste sentido, as origens do mal estar social não estaria tanto em um conflito entre os desejos do indivíduo e as renúncias necessárias para se viver em sociedade, mas nessa destrutividade humana que resiste e persiste.Desde Freud, o mal estar apresenta-se como um importante dispositivo analítico para compreendermos nossa civilização. Que mundo é esse onde vivemos e por que ele parece tão distante do mundo que queremos? Será que podemos inventar e reinventar o espaço social conforme nosso desejo e boas intenções? Ou já não seria o espaço social, com todas suas agruras e mazelas, o fiel retrato de nosso desejo humano, demasiadamente humano, com suas próprias armadilhas e sede de poder e dominação?Estas questões se fazem cada vez mais pertinente quando pensamos que, em pleno século XXI, a globalização almejada como um "avanço" da humanidade tomou conta de nossos pensamentos e ações alterando não só as relações de produção como também as relações sociais. As contradições do capitalismo estão postas, quanto mais o gênero humano avança no desenvolvimento das produções materiais, menos se tem acesso a mediações ricas que favoreçam o desenvolvimento completo do homem.Nesta lógica, para atender aos interesses neoliberais se instituem palavras de ordem como competência, flexibilidade, empregabilidade, inclusão e tolerância. Tem-se a falsa sensação do acesso igualitário de todos à tecnologia, às redes de informação e...
Desde o início da teorização freudiana, inibição, defesa e censura são processos que devem incidir sobre as pulsões. O primitivo pulsional precisa ser reprimido ou transformado. Este artigo problematiza a relação entre as pulsões sexuais e a defesa psíquica, ao longo do período pré-psicanalítico e da primeira tópica freudiana. Situamos o conflito entre sexualidade e repressão, apontado por Freud como característico das psiconeuroses, enquanto que nas neuroses atuais a angústia está relacionada a um registro quantitativo e não exatamente a um conflito psíquico. Nesse caso, revela-se desencontros entre um sexual corpóreo e sua representação psíquica. Pretende-se, neste trabalho, evidenciar o caráter negativo das pulsões e pôr em relevo a natureza do antagonismo que se opõe às pulsões sexuais. A formulação das pulsões de autoconservação como aquilo que deve se contrapor às pulsões sexuais não esclarece completamente porque é imperativo que algo aconteça face às vivências pulsionais fundantes do aparelho. A satisfação em estado bruto acarreta prejuízos, tanto do ponto de vista psíquico quanto social; logo, a repressão das pulsões sexuais é condição necessária para a existência individual e coletiva. Evidencia-se assim algo específico do humano, afinal, se toda a natureza funciona afirmando o instinto, a espécie humana somente se desenvolve a partir de sua negação. A partir de tais construções teóricas, questiona-se se a psicanálise ainda permanece demasiadamente tributária de uma concepção de natureza revestida de pressupostos morais, sustentando a noção de que tenha que ser continuamente negada, afastada, coagida e domesticada, em prol de construções sociais bastante questionáveis, porém acatadas como necessárias.
Esta nota técnica conta a experiência da elaboração do “Mapa da Solidariedade”, um projeto de extensão universitária, que iniciou em abril/2020, com foco em Curitiba e municípios do aglomerado metropolitano. Tem por objetivo conectar territórios vulneráveis com possíveis doações, mapeando os grupos sociais impactados pela crise e redução da renda familiar. Pensando no mapeamento participativo, deu-se visibilidade a pequenas iniciativas de movimentos sociais e grupos organizados pela sobrevivência diária. Ferramentas virtuais possibilitaram publicizar o mapa e formulário para cadastro de novas ações na plataforma PRcontraCOVID. A utilização de Sistemas de Informação Geográfica permitiu a análise e sobreposição da moradia popular e informações do Censo IBGE. A experiência aponta para a necessidade de elaboração de planos emergenciais municipais e a perspectiva de se desdobrar em análises territoriais mais amplas do impacto da COVID-19 nas condições de moradia e saneamento nas cidades.
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