O presente artigo tem por objetivo problematizar e analisar alguns elementos destacados na literatura nacional a respeito da história dominante de origem do movimento Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS). Entende-se que esta "história dominante", assim caracterizada por ser tratada de forma relativamente padronizada pelos principais trabalhos na área, desempenha um papel importante nas lutas no interior do Subcampo Brasileiro de Pesquisa em Ensino de Ciências CTS. Para a construção do objeto de pesquisa foi empregado o aporte teórico desenvolvido por Pierre Bourdieu da noção de campo. A análise dos dados permite questionar criticamente diversos elementos presentes na forma com que a origem do movimento CTS é apresentada e sinalizar para mecanismos de violência simbólica que assim são tacitamente admitidos e transmitidos no subcampo em questão. Palavras-chave:Ciência-Tecnologia-Sociedade; campo científico; violência simbólica. This article intends to discuss and analyze some highlighted elements in the national literature about the dominant history of the origin of the Science-Technology-Society movement (STS). This "dominant history" thus characterized by being treated in a relatively standardized way by the leading works in the field plays an important role in the struggles within the Brazilian Research in Science Teaching STS Subfield. For the construction of the research's object we used a theoretical framework developed by Pierre Bourdieu: the notion of field. The data analysis allows to critically question some elements present in the way that the STS movement origin is presented and signals to the mechanisms of symbolic violence implicitly accepted and transmitted in that subfield.
Este texto foi construído sob forma de diálogos e consiste em uma tentativa de estabelecer uma identidade própria e específica à pesquisa escolar. Assim, pretende-se assumir a pluralidade de pontos de vista que são cotidianamente confrontados na compreensão e no enfrentamento de uma realidade social/educacional concreta: o Colégio Estadual João Barbosa Reis. A necessidade construída de, literalmente, “aparecer no texto” sob um nome próprio, não teve outra intenção, senão, apresentar ao leitor alguns recortes do contexto aqui objetivado na forma de pontos de vista diferentes, de modo a criar diferentes olhares em um único texto. Os agentes que aqui se discutem e refletem são provenientes das diversas posições sociais, tanto no espaço social quanto nos campos escolar e da escola e no campo universitário, consistindo basicamente em professores formadores da escola, licenciandos do curso de Física, e professores da Universidade Federal de Goiás, que tiveram a oportunidade de pensar essa realidade escolar concreta graças à construção coletiva de um Pequeno Grupo de Pesquisas - um ambiente diferenciado de formação inicial e continuada. Por intermédio deste exercício de reflexão crítica coletiva, foram identificados problemas que se encontram ali, simultaneamente, latentes e velados, devido às recorrentes desigualdades e tensões que se fazem presentes nessa realidade. O principal destes problemas, tomado como central nas discussões realizadas aqui neste trabalho, é o forte sentimento de exclusão que os alunos sentem no contexto escolar. A seguir, são sinalizadas algumas ações que estão sendo desenvolvidas na escola na tentativa de dar um melhor encaminhamento para essas problemáticas.
O presente trabalho tem por objetivo problematizar um tema tradicional na pesquisa em Educação em Ciências: as atividades experimentais. Coloca-se em questão a recorrente utilização de epistemologias racionalistas, que privilegiam uma relação hierarquizada entre a teoria e o experimento e esquecem-se de que a experimentação é uma atividade relacionada a intervenção e manipulação de realidades específicas e artificialmente construídas. Defende-se aqui uma abordagem que enfoque as controvérsias emergentes no trato com o concreto e as diferentes negociações impostas pelo processo de criação e estabilização de fenômenos experimentais. Utilizando-se os conceitos da Teoria Ator-Rede, essa posição é discutida a partir da análise qualitativa de um estudo de caso: a construção de um aparato experimental didático por um licenciando em Física, com a finalidade de compor o seu Trabalho de Conclusão de Curso. Os dados analisados foram obtidos a partir de registros escritos realizados pelo próprio licenciando, fotografias da construção do aparato experimental e por uma entrevista estruturada realizada com ele ao final de todo o processo. A análise destacou as situações controversas provocadas pelo processo de construção do aparato experimental e as negociações realizadas, evidenciando que este processo também consiste na criação e estabilização de fenômenos e de atores, cujas identidades são sempre (re)definidas contingencialmente. Desse modo, é evidenciado que, tanto na ciência quanto no ensino de ciências, criar e manter um fenômeno estável é torná-lo mais social e coletivo ainda. Por fim, são discutidas algumas implicações importantes para a Educação em Ciências.
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