Não há muita controvérsia quanto ao fato de que o desenvolvimento econômico depende da produção e disseminação de conhecimento -bem como das capacidades técnicas a ele associadas -, mesmo que a natureza desse conhecimento possa variar consideravelmente entre países e regiões. A educação, sobretudo a de nível superior, tornou-se, nas últimas décadas, um ativo altamente distintivo, capaz de promover (ou, na sua ausência ou baixa adequação, frear) o desenvolvimento. Para os indivíduos, o diploma de nível superior representa oportunidades de mobilidade social, por meio de carreiras profissionais mais promissoras quanto a realização pessoal, status social, direitos sociais e retornos salariais.
Trabalhar para esTudarAlvaro A. Comin Rogério Jerônimo Barbosa Resumo A acelerada expansão do ensino superior no Brasil trouxe para o sistema de ensino indivíduos pertencentes a grupos de menor renda que frequentam cursos noturnos e arcam privadamente com os custos dos estudos. Uma boa parte deles tem idade mais avançada do que usualmente se imagina: não são, a rigor, estudantes que trabalham, mas trabalhadores que estudam. Neste artigo a suposição usual de que a educação superior deva conduzir os indivíduos a nichos ocupacionais de maior qualificação formal é invertida, em favor da ideia de que são as condições do mercado de trabalho e a inserção ocupacional já conquistada pelos indivíduos o que dá sustentação ao esforço de voltar a estudar em busca do diploma superior.palavras-chave: educação superior; mercado de trabalho; transição escola-trabalho; desenvolvimento econômico.
AbstRActThe fast expansion of universities in Brazil has opened up the superior educational system to students of low income groups, that attend evening courses and pay privately for tuition. Many are older than the average student: more than college students who happen to work, they are workers who go to college. This article disputes the received notion that a college degree enables people to occupy high skilled jobs, and suggests that it is the conditions of the labor market and occupational positions already obtained by these individuals that enables them to return to the educational system and grant themselves a college degree.
Que podemos dizer sobre as desigualdades estruturais no Brasil quando as observamos pela lente das trajetórias ocupacionais dos jovens? Em contextos de crescimento econômico e de ampliação de direitos, que fatores se mostram relevantes para tornar desiguais os destinos dos jovens brasileiros? Neste artigo, buscamos responder a essas perguntas baseando-nos em dados longitudinais de um survey amostral retrospectivo realizado em 2013, com uma amostra representativa de 3.288 jovens em 160 municípios brasileiros.
We explain why and how the governing parties, AKP of Turkey and PT of Brazil, converged on the same path of relying on the poor as the main strategy to stay in power. With the neoliberal reorganization and internationalization of their economies, the capacity of these governments to set up developmentalist alliances with big capital, the middle classes and the organized working classes was weakened. Based on a most-different-systems design and on descriptive statistical analysis, we argue that both PT and AKP failed to build multi-class bases and thus had to mobilize the poor by using various strategies, most importantly expanding social assistance policies, which accelerated the emergence of a new welfare state.
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