IntroduçãoTemos vindo a ensaiar a hipótese de o ensino doméstico configurar-se como um novo movimento social (Ribeiro, 2010(Ribeiro, , 2015, talvez mais renovado do que novo; ou não fosse este fenómeno educacional uma experiência contemporânea de recuperação da matriz original de educação antes da disseminação da moderna forma escolar (Vincent, Lahire & Thin, 1994) do ensino de massas. Conquanto esse debate não ganhe espessura reflexiva, é-nos dado a observar uma crescente contestação ao capitalismo moderno, às suas lógicas produtivistas e burocráticas, cuja expressão entre os homeschoolers se materializa na veemente crítica à escola e ao Estado. A emergência de novos temas e agentes, agora menos centrados na transformação das condições e das contradições sociais e mais deslocados para valores "estruturantes das consciências e das identidades dos indivíduos e dos grupos" (Fernandes, 1993, p. 811), inscreve-se num processo de "afirmação da subjetividade sobre a cidadania", em que os novos movimentos sociais lutam por uma emancipação não tanto "política mas antes pessoal, social e cultural" (Santos, 1994, p.225).A reivindicação "de um atributo positivo" (Touraine, 1999, p. 74), em nome do qual germina o movimento homeschooling, trouxe para a ordem do dia a discussão pública e o debate político de problemas educacionais, latentes ou pura e simplesmente ignorados (Kunzman, 2009;Ribeiro, 2015;Stevens, 2001). Na agenda das famílias envolvidas problematiza-se se a escola sabe que lida com seres humanos, que têm vida, sentimentos, emoções, necessidades,
ResumoA partir de uma pesquisa qualitativa realizada em Portugal sobre famílias que praticam ensino doméstico, o autor dá a conhecer as diferentes abordagens que as mães tecem como gestoras dos planos dos percursos familiares. Tendo o lar como micro-organizações, entre a burocracia racional e os modelos anárquicos, dos tipos ideais de famílias estudados, o autor defende que as mães assumem uma carreira sem fronteiras por tenderem a abandonar a ideia de carreira profissional delimitada por fronteiras organizacionais. Durante o período de escolaridade obrigatória dos seus filhos, estas mulheres tendem a fazer a autogestão do seu autoemprego como estratégia de conseguirem um maior equilí-brio entre o ensino doméstico dos seus filhos e o trabalho.Palavras-chave: ensino doméstico, mulheres, profissão, gestora familiar. Abstract Between women: homeschooling and professionBased on a qualitative research held in Portugal on families who practice homeschooling, the author sets forth the different approaches that mothers weave as managers of familiar plans. Taking homes as micro-organizations, between the rational bureaucracy and anarchic models, the author argues that mothers take a borderless career and tend to abandon the idea of career bounded by organizational boundaries. During the period of compulsory schooling of their children, these women tend to do self-management of their self-employment as a strategy to achieve a better balance between the homeschooling of their children and work.Keywords: homeschooling, women, profession, family manager. ResumenEntre las mujeres: educación en casa y la profesión Sobre la base de un estudio cualitativo llevado a cabo en Portugal en las familias que hacen la educación en casa, el autor da a conocer los diferentes enfoques que se tejen las madres como managers de los planes de rutas familiares. Tomando la casa como microorganizaciones, entre la burocracia racional y modelos anárquicos, de los tipos ideales de familias estudiadas, el autor sostiene que las madres tienen una carrera sin fronteras, tendiendo a abandonar la idea de carrera limitada por las fronteras organizacionales. Durante el periodo de la educación obligatoria de los hijos, estas mujeres abrazan la autogestión de su trabajo por cuenta propia como una estrategia para lograr un mejor equilibrio entre la educación en casa a sus hijos y el trabajo.Palabras-clave: la educación en casa, mujeres, profesión, gestión de la familia.
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