O debate sobre a implementação do homeschooling no Brasil emerge com bastante efervescência no atual cenário político do país, marcado predominantemente pela extrema direita. Este artigo tem como objetivo fulcral apresentar uma crítica contemporânea à educação domiciliar enquanto modalidade educativa formal e informal que se opõe à educação escolar, oposição essa que remete à metáfora lacaniana sobre muro de linguagem. A pesquisa realiza uma abordagem qualitativa do tipo bibliográfico privilegiando leituras e fichamentos do dossiê Homeschooling e o Direito à Educação da Revista Pro-Posições (2017) e, também, de autores que abordam a problemática em torno da metáfora do muro de linguagem, em especial Jacques Lacan (2011). Os resultados sugerem a forte influência da educação informal no homeschooling, cuja propulsão na contemporaneidade é viabilizada pela política neoliberal, a qual enquadra a educação domiciliar como um elemento de interposição que separa os sujeitos a partir da classe social. Nessa lógica, os mais privilegiados conseguem acessar a educação domiciliar tornando-se indiferentes aos demais que acessam a escola, revelando, portanto, um comportamento narcisista entre os adeptos da educação domiciliar.