Este artigo traz resultados parciais de uma tese de doutorado que visa olhar para o uso da linguagem matemática no contexto da formação de professores de Física. A pesquisa está subsidiada pela segunda filosofia da linguagem de Wittgenstein. O interesse por olhar esta relação da Matemática e da Física ganha espaço por meio de falas dos professores de Física, ao atribuírem à Matemática a responsabilidade pelo não-aprendizado em Física. Pudemos assim, na utilização de observações de aulas de três professores da licenciatura em Física, extrair por meio de suas falas, concepções sobre esta relação e delas compreender como eles fazem uso da Matemática nesse contexto. Utilizamos a Análise Textual Discursiva como instrumento de análise dessas falas para melhor compreensão. Os resultados apontam que os professores trazem concepções que estão vinculadas às perspectivas filosóficas tradicionais e estas, por vezes, são reproduzidas no uso da Matemática durante o ensino de Física.
Este artigo objetiva apresentar reflexões, subsidiadas por elementos teórico-filosóficos, que apontam para um modo de ver uma Filosofia da Educação Matemática na perspectiva wittgensteiniana. Para tanto, mostraremos o caráter terapêutico da filosofia de Wittgenstein e a natureza do conhecimento matemático nesta perspectiva, apontando a epistemologia do uso e seus desdobramentos para o campo pedagógico. Desta forma, cumpre, de início, apresentar pontos importantes da Filosofia da Linguagem do período Clássico e do Medievo, o que permite compreender melhor a Filosofia da Linguagem de Wittgenstein. Subsequentemente, são explanados aspectos de uma perspectiva wittgensteiniana da Filosofia da Matemática, discutindo de modo breve acerca das três correntes filosóficas clássicas da Matemática (logicismo, intuicionismo e formalismo) e mostrando que Wittgenstein se diferencia de todas. Por fim, é apontada a Terapia Filosófica de Wittgenstein e a Epistemologia do Uso para o esclarecimento de confusões de natureza linguística existentes no âmbito da Educação Matemática, em decorrência dos usos unilaterais das concepções das correntes filosóficas tradicionais que subsidiam a natureza do conhecimento matemático, como possibilidade para se advogar em favor de uma Filosofia da Educação Matemática numa perspectiva wittgensteiniana. Constata-se que, para isso, a linguagem necessita assumir o papel de protagonista, de modo que os conhecimentos que constituem o educar matematicamente estejam assentados em uma concepção de linguagem que vai além da concepção referencial.
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