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Esta Coletânea de Estudos em Saúde, Reabilitação e Tecnologia – 10 Volume, contém itinerários de estudos de diferentes autores, profissionais que compõem a equipe do Centro Especializado em Reabilitação nível III (CER III), da Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO), do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), cujo, solo comum remete-se ao trabalho desenvolvido pela equipe Multi/Inter/Transdisciplinar da assistência à população do Estado do Pará, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

O presente artigo objetiva relatar a experiência de discentes de Terapia Ocupacional na intervenção do caso de um paciente do sexo masculino, acometido de hemiplegia e hemiparesia decorrentes de dois acidentes vascular encenfálico. As intervenções ocorreram durante a prática de um componente curricular do 5º semestre do curso Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará (UEPA). O paciente foi selecionado da lista de espera de pacientes com demandas de sequelas neurológicas, traumato-ortopedia e doenças reumáticas, da Unidade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO). As sessões foram realizadas duas vezes por semana, com duração de 50 minutos, nos meses de agosto a novembro de 2021. Optou-se por intervir com modelos combinados como os princípios da Plasticidade Cerebral, Terapia de Restrição e Indução de Movimento e da técnica de terapia espelho. Nas intervenções, utilizou-se como recurso o Karatê, bem como adaptações para Atividades de Vida Diária (AVD), e adaptações auxiliares para execução de atividades nas seções de terapia ocupacional. O paciente apresentou entusiasmo e maior engajamento com a inclusão do karatê nas sessões de terapia ocupacional, ademais observou-se de forma empírica que o paciente apresentou ganho de Amplitude de Movimento nos Membros Superiores e Inferiores (MMSS/MMII), amenizou-se a ataxia apresentando maior estabilidade no MSE e ganho de força muscular.  A combinação de abordagens e técnicas somada ao resgate de ocupações anteriores contribuíram para resultados positivos, além de aprimorar o raciocínio clínico e a experiência acadêmica das discentes.

A amputação de membros é um grande problema de saúde pública e consiste na perda de um membro ou segmento dele, causando impacto no aspecto psicossocial do indivíduo e representando também um fator oneroso para a saúde. Geralmente é realizada como último recurso, na busca pelo reestabelecimento da saúde do indivíduo, quando todas as outras opções já foram utilizadas ou são inviáveis, seja por conta de isquemias irreversíveis ou trauma com destruição profunda dos tecidos do membro afetado (OLIVEIRA; FERREIRA, 2021).