Este artigo discute as concepções de saúde expressas nos documentos curriculares oficiais brasileiros para a área das Ciências da Natureza, considerando como elementos centrais os conhecimentos científicos (K), os valores (V) e as práticas sociais (P) apresentados nos textos. Trata-se de uma análise documental, que utilizou a Análise de Conteúdo como principal referencial metodológico e saúde como unidade temática. Os resultados apontaram que um conceito mais amplo de saúde é pouco explorado nos documentos referenciais. Ou seja, o entendimento sobre saúde abordado nos diferentes documentos está fortemente relacionado ao conhecimento do corpo humano e aos comportamentos saudáveis, as práticas propostas direcionam para os cuidados pessoais e os valores mais prevalentes correspondem à noção de autonomia e protagonismo. Observa-se que predomina uma concepção de saúde pautada no funcionamento do corpo humano, na doença, nos hábitos e comportamentos considerados adequados para manter a saúde. O “direito à saúde” e “políticas públicas de saúde” são categorias pouco manifestas, o que demonstra a necessidade de ampliar a concepção de saúde nos documentos analisados.
Neste estudo apresentamos a elaboração de uma taxonomia para o conceito científico de densidade baseada na noção de perfil epistemológico de Bachelard. Para tanto, explicitamos as diferentes facetas que o conceito assume nas doutrinas filosóficas do empirismo e do racionalismo e elencamos os entendimentos referentes aos conteúdos escolares de densidade abordados no ensino médio na disciplina de Química. A hierarquia para cada doutrina foi constatada empiricamente por meio da aplicação de um questionário para estudantes do ensino médio que já haviam estudado o conteúdo. A partir das respostas analisadas, obtivemos parâmetros que orientaram a construção de uma taxonomia para ser utilizada na análise do entendimento sobre o conceito de densidade na disciplina de Química. A construção da taxonomia neste estudo e a explicitação hierárquica dos entendimentos sobre densidade podem também informar a construção de materiais didáticos direcionados à prática docente, assim com promover um esclarecimento sobre como os estudantes entendem o conceito científico de densidade.
RESUMO: Neste trabalho, expomos três metodologias utilizadas para identificar patamares de entendimento de sujeitos em situações específi-cas de pesquisa. Construímos sistemas categóricos para analisar respostas de estudantes de diferentes séries do Ensino Médio. Três perspectivas fundamentaram a elaboração: a Teoria de Habilidades Dinâmicas (FISCHER, 1980(FISCHER, , 2006, a Taxonomia SOLO (BIGGS e COLLIS, 1982) e a perspectiva docente de avaliação. Duas investigações são relatadas, porém, o foco do trabalho é evidenciar os três métodos de análise qualitativa, explicitando os critérios e os procedimentos realizados para a construção dos sistemas. Acreditamos que discussões metodológicas dessa natureza devam ser realizadas no âmbito das pesquisas educacionais para que os parâmetros de investigação sejam melhor pensados em termos de elaboração e aplicação. Palavras-chave: Metodologia, Ensino de Ciências, Aprendizagem.
BUILDING AND USING SYSTEMS OF CATEGORIES TO EVALUATE STUDENTS' UNDERSTANDING ABSTRACT:We report in this paper three methodologies used to identify students' understanding levels when different kinds of research have been made. Systems of categories were built to analyze students' responses; these students were at different grades in High School. Our systems were elaborated under three perspectives: SOLO Taxonomy (BIGGS and COLLIS, 1982), Dynamic Skills Theory (FISCHER, 1980(FISCHER, , 2006, and teacher's' views for evaluation. Although we reported two investigations, this paper aims to present three methods of qualitative analysis and to elicit criteria and procedures used to build the systems. We believe this kind of methodological issues must be discussed in educational research for improving methods, techniques and investigation parameters.
RESUMO: Neste estudo apresentamos o processo de construção e validação de uma escala de autoconceito em Química para estudantes do ensino médio brasileiro e avaliação da configuração do autoconceito da amostra. Construímos um modelo estrutural e um teste que foi aplicado a 203 estudantes. As análises foram realizadas através do emprego da teoria de resposta ao item e da teoria clássica de testes. Os resultados indicaram que a escala é válida e é composta por três fatores: desempenho, interesse e engajamento cognitivo, sendo que nenhum deles prevalece no autoconceito, ou seja, todos esses fatores contribuem igualmente para dimensionar o constructo. Também por essa análise identificamos que somente o sexo foi preditor, contudo ele só influenciou o autoconceito no fator desempenho.
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