De acordo com vários estudos, os atletas paralímpicos tendem a ser retratados pelos veículos midiáticos ou como vítimas de suas deficiências e/ou como super-heróis/supercrip. Diante disso, este artigo teve o objetivo de analisar a percepção de atletas e ex-atletas com deficiência visual sobre a forma com que eles são retratados pela mídia neste quesito. Realizamos uma pesquisa qualitativa, envolvendo entrevistas semiestruturadas e aprofundadas com cinco atletas e dois ex-atletas com deficiência visual. Verificamos que os entrevistados não se identificam como “coitadinhos” e não aprovam a vinculação da deficiência ao sofrimento. Verificamos também que não existe um consenso quanto à abordagem do super-herói/supercrip. Concluímos que a mídia não deve reproduzir uma perspectiva ou outra, pois estas não condizem com a realidade das pessoas com deficiência visual e tendem a perpetuar estigmas e preconceitos contra elas.
A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 aumentou as preocupações do Governo com os resultados esportivos e estimulou um expressivo aumento nos investimentos públicos ao esporte. Embora historicamente o financiamento público seja a principal fonte de recursos do esporte brasileiro, o Programa Bolsa-Atleta se tornou a principal fonte de renda dos atletas paralímpicos. O objetivo desse estudo foi discutir se o financiamento através do Programa Bolsa-Atleta influencia na manutenção ou na melhoria dos resultados esportivos dos atletas paralímpicos inseridos no Programa, e se fatores como o financiamento, o sexo, a bolsa inicial do atleta, a idade em que ele começou a receber bolsa e o local de nascimento são preditores da permanência do atleta no Programa. Para isso, verificou-se, por meio da regressão linear múltipla, se variáveis como o financiamento, o sexo, a bolsa inicial do atleta, a idade em que ele começou a receber bolsa e o local de nascimento são preditores da permanência e da evolução do atleta no esporte. Os dados apontaram uma relação entre o valor do financiamento e, em alguns casos, a idade de inserção no programa com a permanência e evolução no esporte de elite. Quanto maior o valor da bolsa, maior o tempo de permanência e maiores as possibilidades de obtenção de resultado esportivo.
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