O presente artigo tematiza as representações da criminosa presentes na literatura popular de crime que circulava na cidade do Rio de Janeiro entre fins do século XIX e início do XX. Para tal, traz análises de cinco obras populares de significativa repercussão no período, buscando por possíveis diálogos entre as representações das protagonistas criminosas, os discursos médico-higienistas acerca da “natureza” da mulher e as teorias de Lombroso e Ferrero sobre a criminalidade feminina. As análises apontaram para a existência de ideias em comum entre as ficções e os discursos especializados, como a percepção da criminosa como aquela que apresenta comportamentos desviantes do ideal burguês de conduta feminina. Ao mesmo tempo, a investigação apontou para a multiplicidade de sentidos expressos nas representações literárias, ora moralizantes, ora “sensacionais”.
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