Este relato de experiência busca trazer discussões sobre a clareza de papéis entre profissionais a partir da observação participante realizada no Núcleo Ampliado de Saúde da Família, localizado em Santa Cruz, interior do Rio Grande do Norte. Durante o processo, o grupo de apoio matricial, do Programa de Educação pela Saúde no âmbito da Interprofissionalidade, se inseriu no dia a dia no serviço e, mais especificamente, nas visitas domiciliares realizadas pelos profissionais. A partir da observação participante, discutimos como parte dos profissionais ainda possui uma representação cotidiana sobre a atuação dos colegas e trabalham de maneira individualizada. Ainda, destacamos que os profissionais que atuam mais frequentemente juntos parecem ter uma melhor compreensão da atuação dos colegas, no entanto, o trabalho interprofissional propriamente dito não foi observado durante as visitas domiciliares realizadas.
Introdução: O sistema de atenção à saúde mental existente no Brasil é fruto de intensas manifestações sociais iniciadas na década de 1970, lideradas inicialmente por um grupo de médicos recém formados que denunciavam a violência vivenciada nos manicômios e exigia a melhoria nas condições asilares e sanitárias desses estabelecimentos de saúde. A partir da extinção do modelo manicomial, surge a proposta de um sistema mais humanizado que se deu a partir da construção dos Centros de Atenção Psicossocial e Residências Terapêuticas. A implantação de atividades terapêuticas auxilia na integração e socialização dos usuários dessas instituições. Nesse sentido foi implantada a realização de oficinas culinárias semanais no CAPS III e Residência Terapêutica do município de Caicó/RN. Objetivo: Debater o distanciamento entre a graduação em nutrição e as políticas e diretrizes de saúde mental, bem como analisar qualitativamente os resultados de oficinas culinárias na relação dos pacientes com sua alimentação. Métodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, realizado a partir da observação participante de duas estagiárias de nutrição que desenvolveram oficinas culinárias em dois serviços de saúde mental do Município de Caicó/RN. Resultados e Discussão: Os resultados destas oficinas foram positivos, pois observou-se o desenvolvimento de maior autonomia e interação entre usuários. A experiência vivenciada no âmbito da Saúde Mental foi desafiadora pois durante a graduação o contato teórico com o tema da Saúde Mental foi mínimo, entretanto, tal experiência permitiu a ampliação de um olhar mais sensível perante esse público. Conclusão: De acordo com os resultados observados nesta vivência, conclui-se que é fundamental a presença de profissionais nutricionistas em equipamentos de saúde mental e evidencia-se que existe uma lacuna na graduação em nutrição no que se refere ao estudo de saúde mental, necessitando ser aprimorada nas disciplinas de saúde coletiva da universidade.
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