A injúria de reperfusão, ou isquemia, é um mecanismo fisiopatológico que ocorre nas etiopatogenias do miocárdio, como na angina instável. Assim, são utilizados fármacos adjuvantes citoprotetores, como a trimetazidina (TMZ), que visam à diminuição do tempo de hospitalização e melhora na função cardíaca com ação profilática contra essa lesão. No entanto, apesar dos seus potenciais benefícios no tratamento da síndrome coronariana aguda, ainda não está clara a sua eficácia em relação a outras terapias disponíveis. Nesse sentido, o objetivo do estudo é analisar a eficácia do uso terapêutico da trimetazidina nas principais síndromes coronarianas agudas. Foi realizada uma revisão sistemática usando as bases de dados PubMed, Cochrane Library e Embase. Um total de 3 estudos foi incluído na análise. Os resultados mostraram que a terapia com trimetazidina reduziu significativamente a incidência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) (OR = 0,33, IC 95% 0,15-0,75, p = 0,007), menor dano miocárdico (p < 0,05) e fração de ejeção ventricular esquerda mais elevada e menos eventos adversos em comparação com o grupo placebo (p < 0,05). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de trimetazidina e controle em termos de mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular ou incidência de eventos adversos. Os resultados deste estudo sugerem que a terapia adjuvante com trimetazidina pode melhorar os resultados clínicos e a função cardíaca em pacientes com IAM sem aumentar o risco de eventos adversos. No entanto, são necessários mais ensaios clínicos randomizados em larga escala para confirmar esses resultados e determinar a duração e dose ideais da terapia com trimetazidina nessa população de pacientes.
Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica de evolução crônica causada pelo agente Treponema pallidum. É uma doença reemergente no Brasil e persiste como um grave problema de saúde pública, e, diante desse impacto, é importante que os municípios reconheçam a gravidade da doença localmente para estabelecer estratégias de ação de diagnóstico e tratamento. Objetivo: Conhecer o perfil clínico-epidemiológico de pacientes infectados por sífilis na Unidade Básica de Saúde Bairro de Fátima. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, analisando o perfil epidemiológico de casos de sífilis registrados na Unidade Básica de Saúde Bairro de Fátima no período de 2019 a 2020 por meio de registros da unidade. Resultados: Houve 193 casos reportados de sífilis adquirida na unidade de saúde, entre os quais apenas 3% eram de gestantes. A média de idade dos pacientes foi de 40,6 anos (desvio padrão=15,6). Os títulos de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas encontrados nos pacientes que fizeram o exame variaram entre 1 e 8/260, 2 e 1/2.048, destacadamente títulos de 1/64 (22,3%) e 1/2 (17,4%). Entre os pacientes analisados, 62% confirmadamente começaram o tratamento e, desses, 90,8% concluíram, em sua maioria utilizando o fármaco padrão recomendado, penicilina benzatina. Conclusão: O estudo evidencia uma prevalência alta de sífilis na Unidade Básica de Saúde, que capta parte expressiva dos casos de sífilis adquirida do município. Dentro da unidade há um destaque para adultos na faixa etária de 40 anos vindo com títulos de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas em faixas baixas a moderadas, dos quais a maioria conclui o tratamento.
Introdução: A pandemia de COVID-19 desencadeia impactos profundos na sociedade, com destaque para o campo da saúde. O distanciamento social, o afastamento de profissionais dos campos de atendimento e a redução de insumos nos diferentes nichos impactaram no tratamento de diferentes categorias de doenças, dentre elas as infecções sexualmente transmissíveis. Objetivo: Descrever os impactos da pandemia de COVID-19 no atendimento de pacientes com sífilis em um centro de saúde especializado no acompanhamento de pacientes com infecções sexualmente transmissíveis, localizado em São Luís (MA). Métodos: Realizou-se um estudo transversal e observacional, por meio de registros em prontuário médico, com catalogação quantitativa do número de pacientes acompanhados entre maio de 2019 e março de 2021 e informações clínico-epidemiológicos relevantes. Para correlação de variáveis, optou-se pelo uso do programa estatístico STATA 14.0. Resultados: Foram coletados dados de 193 pacientes atendidos no centro de saúde. Entre eles, 87,5% concluíram o tratamento para sífilis com penicilina benzatina, com o número de doses adequado com a fase da doença. A faixa etária entre 20 e e39 anos foi a mais acometida, contabilizando 45,91% do total de pacientes. O título de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas mais prevalente entre os pacientes foi de 1/64 (55,56%). Quanto aos impactos na procura ou manutenção do atendimento, adotou-se a data de 11 de março de 2020 (data em que a Organização Mundial da Saúde declarou o estado pandêmico decorrente da COVID-19). Nesse contexto, houve redução de 30% na quantidade de atendimentos durante o período analisado. Entretanto, não foi observado aumento na taxa de abandono do tratamento após a promulgação do estado pandêmico. Conclusão: O estudo promoveu uma esquematização do perfil epidemiológico dos pacientes acompanhados no centro de saúde. Observou-se que a procura desses pacientes diminuiu após a oficialização da pandemia pela Organização Mundial da Saúde, mas que as taxas de abandono do tratamento permaneceram constantes.
Doenças pulmonares crônicas podem determinar limitações nas atividades diárias e qualidade de vida prejudicada. A Reabilitação Pulmonar (RP) consiste em um tratamento integral e individualizado que objetiva melhorar a condição física e psicológica dos pacientes e pode ser empregada no manejo de diferentes pneumopatias. A avaliação da qualidade de vida e da capacidade funcional de exercício de pacientes submetidos à RP permite quantificar o efeito da intervenção e a resposta ao tratamento instituído. Assim, objetivou-se avaliar o impacto de um Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP) na qualidade de vida e na capacidade funcional de exercício de pacientes com doenças pulmonares crônicas, buscando determinar presença de Diferença Mínima Clinicamente Importante (DMCI) ao final do período de reabilitação. Trata-se de uma série de casos com delineamento retrospectivo realizado a partir de coleta de dados em prontuários de 37 pacientes com diferentes pneumopatias crônicas submetidos a um PRP entre 2016 e 2019 em um centro terciário de atenção à saúde em São Luís, Maranhão. Observou-se que os pacientes que finalizaram o PRP obtiveram melhora significativa nos resultados do questionário de qualidade de vida Saint George Respiratory Questionnaire (SGRQ) e na distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6). Neste último, aproximadamente metade (48,6%) dos participantes obtiveram DMCI, representado principalmente pelo grupo de pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Concluiu-se que pacientes com doenças pulmonares crônicas submetidos à RP podem obter desfechos clínicos favoráveis, com a melhora da capacidade de exercício e da qualidade de vida.
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