A preocupação com a mortalidade por acidentes de trânsito tem crescido em todo o mundo, sendo um importante problema de saúde pública e a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade (WHO, 2015). No Brasil, em 2016, aproximadamente 37 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito, das quais 6.400 (17%) vieram a óbito após ocorrências em rodovias federais. Tendo em vista a relevância dessas mortes, o objetivo do presente artigo é identificar os fatores associados à letalidade dos acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras em 2016, considerando, além das características das vítimas, informações sobre o contexto de ocorrência desses eventos. Para tal finalidade, foi utilizado um modelo binomial de regressão logística. Os resultados indicam que, em média, as chances de um acidente detrânsito ser letal aumentam para indivíduos do sexo masculino, pedestres, com ocorrências na região Nordeste, aos domingos, durante a madrugada, nas curvas, nas áreas rurais e para vítimas com idades mais elevadas.
CAMARANO, A. A. (Org.). Novo regime demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento? Rio de Janeiro: Ipea, 2014.A obra organizada por Ana Amélia Camarano é instigante e repleta de temas cruciais para a dinâmica demográfica contemporânea do Brasil. A capa, provocativa, retrata em tom avermelhado notas de real, um grupo de pessoas se deslocando, um idoso, um bebê e um trabalhador. A primeira impressão já denuncia o que está em jogo: economia, dinâmicas do mercado e a relação entre as diferentes gerações.O título do livro traz como pergunta a possibilidade de que exista um novo regime demográfico e explora as potencialidades dessa dinâmica para a economia. Embora essencial, tal questão não é inédita. Em 1988, José Alberto Magno de Carvalho alertava para mudanças na dinâmica demográfica: "O país vem convivendo com esta nova realidade demográfica há vinte anos e suas consequências são atualmente evidenciadas na distribuição por idade e na taxa de crescimento de sua população." (CARVALHO, 1988, p. 38).Esse "novo regime demográfico" é produto de tais transformações, que já vinham sendo delineadas e debatidas há ao menos duas décadas no Brasil. Do mesmo modo, as discussões temáticas incluídas nele também contam com um debate relativamente bem consolidado no país, tratando de questões como o envelhecimento populacional, a dinâmica ambiental e a interface entre economia e demografia. Contudo, entende-se que o conteúdo não alcança a totalidade e a complexidade do que aqui se chama de "novo regime demográfico". Não aparecem no livro discussões fundamentais sobre a atual dinâmica
Este estudo avalia como a exposição ao risco de acidentes de trânsito pode ser potencializada pelas condições de mobilidade cotidiana dos indivíduos. Para isso, foram usados dados do Boletim de Ocorrência de acidentes fatais e não fatais de Campinas (SP) em 2009 e do Censo Demográfico de 2010. Os locais de residência das vítimas foram georreferenciados, permitindo o cálculo de taxas de vitimização por acidentes por área de ponderação que, por sua vez, foram relacionadas com informações socioeconômicas e de mobilidade. Embora as conclusões não possam ser inferidas em nível individual, observou-se que em áreas com maior proporção de pessoas com baixa renda há menores taxas de acidentes. Por outro lado, verificou-se correlação negativa entre áreas com maior proporção de pessoas com alta renda e taxas de vitimização de motociclistas. Os resultados mostram correlação positiva entre áreas com maior proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de 1 a menos de 2 e de 2 a menos de 3 salários mínimos e taxas de vitimização por acidentes, bem como entre aquelas com maior proporção pessoas de 25 a 39 anos com ensino médio completo. Os resultados reforçam um possível uso desigual das vias públicas, onde quem pode se desloca com segurança e quem não pode se desloca pouco e, quando tem condições econômicas mínimas, o faz com pouca segurança.Palavras-chave: Acidentes de trânsito. Mobilidade cotidiana. Desigualdades em saúde. * A primeira autora agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de doutorado concedida, sendo este artigo parte dos resultados de sua tese de doutoramento.
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