A insatisfação corporal associa-se a transtornos alimentares, dificuldades de relacionamento interpessoal e ideação suicida. Objetivou-se estimar a prevalência de insatisfação corporal, e verificar sua associação com variáveis infantis e maternas de escolares do 4º e 5º ano de escolas municipais de Itajaí, Santa Catarina. Sorteou-se 737 escolares, de 22 escolas urbanas e rurais. A coleta de dados compreendeu a coleta de dados antropométricos, aplicação de questionários para a criança e para seu responsável. A insatisfação corporal foi identificada, pela diferença entre a percepção da silhueta atual e àquela desejada pelos escolares. Calcularam-se as Razões de Prevalência (RP) e Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%). A taxa de resposta foi 81,7% (n = 602). A prevalência de insatisfação corporal foi de 76,9%. Escolares acima do peso, e aqueles com excesso de gordura abdominal apresentaram prevalência 21% e 30%, superiores de insatisfação corporal. Filhos de pais com excesso de peso apresentaram prevalência 12% maior. Tentativas de emagrecer ou engordar foi 23% e 21% maior entre as crianças insatisfeitas com o peso. Após análise ajustada a prevalência foi menor entre as meninas (RP 0,9 IC95% 0,8;1,0) e maior entre crianças com excesso de gordura abdominal e que realizaram tentativas de perder ou ganhar peso (RP 1,2 IC95% 1,1; 1,4). Osresultados indicaram elevada prevalência de insatisfação corporal, principalmente entre os meninos. Aproximadamente metade dos escolares desejou peso inferior, contudo, entre os meninos o desejo de ganhar peso foi maior. A gordura na região abdominal associou-se fortemente à maior prevalência de insatisfação corporal.
Resumo Estudo transversal objetivou estimar a prevalência de obesidade abdominal e verificar sua associação com variáveis demográficas, socioeconômicas, antropométricas, imagem corporal e comportamentos a ela relacionados em crianças e seus responsáveis. Foram sorteados alunos (n=717) de 22 escolas municipais do 4º e 5º anos de Itajaí, Santa Catarina. As variáveis foram coletadas por meio de questionário aplicado às crianças e aos responsáveis. Coletaram-se medidas de massa corporal, estatura e circunferência da cintura (indicador de obesidade abdominal). Razões de chance (RC) brutas, ajustadas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados por meio de regressão logística não condicional. As análises foram ajustadas para o efeito do delineamento. Participaram da pesquisa 602 crianças (81,7%), com idade média de 9,9 anos. A prevalência de obesidade abdominal foi de 11,3% (IC 95%: 8,7-14,0%). Variáveis do responsável como renda média (RC: 3,7; IC 95%: 1,4-10,1) ou alta (RC: 2,6; IC 95%: 1,0-6,7), e presença de excesso de massa corporal (RC: 4,9; IC 95%: 1,2-20,2) estiveram associadas à maior prevalência de obesidade abdominal entre os escolares. A realização de dietas para reduzir massa corporal (RC: 3,9; IC 95%: 1,7-9,1) e a avaliação da saúde da criança pelos pais como regular ou ruim (RC 3,6 IC 95%, 1,0-13,2) estiveram associadas ao desfecho. Medidas de intervenção destinadas a reduzir a prevalência de obesidade abdominal entre as crianças investigadas devem incluir os pais.
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