A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de caráter crônico, zoonótico de alta letalidade, causada pelo protozoário Leishmania infantum. Os parâmetros hematológicos associados ao estado clínico dos animais são fundamentais no prognóstico da enfermidade e consequentemente na conduta clínica a ser adotada. Com isso, objetivou-se evidenciar as alterações hematológicas em cães soropositivos para LV submetidos ao tratamento com miltefosina 2%. Foram atendidos na Clínica Escola de Medicina Veterinária do Cesmac 9 cães soropositivos ao DPP (Dual Path Platform) e ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), os quais foram divididos em grupos de doentes, expostos e infectados, segundo alterações clínicas. Foram coletadas amostras sanguíneas e encaminhadas ao Laboratório de Análises Clínicas da mesma instituição, onde foi realizado o hemograma e bioquímicos, e posteriormente foi feito o perfil hematológico e constatou-se 77,7% (7/9) anemia normocítica normocrômica, 88,8% (8/9) hiperproteinemia, 44,4% (4/9) trombocitopenia, 33,3% (3/9) leucopenia, sendo 11,1% (1/9) associada a neutropenia e 22,2% (2/9) leucocitose associada a 22,2% (2/9) neutrofilia. Na bioquímica a ureia (UR) teve alteração no início do tratamento, permanecendo até o final. Houve alteração no nível de creatinina (CR) no começo e no fim do tratamento. Observou-se albumina (ALB) abaixo dos valores normais no início, permanecendo até o final do tratamento. O nível de proteína total (PT) apresentou alteração no início e ao final houve melhora. Houve alteração na fosfatase alcalina (FA) no início do tratamento, permanecendo alterada até o final do tratamento. Foi vista alteração nos níveis de alanina aminotransferase (ALT) no início, no meio e no final do tratamento. Ao longo do tratamento de 28 dias não foram vistas alterações hematológicas significativas que evidenciaram a melhora dos animais, sendo necessária a utilização de medicamentos associados, a fim de buscar uma melhor qualidade de vida ao animal.