O PROFLETRAS, Mestrado Profissional em Letras em rede, cuja configuração inicial contava com 37 polos nas cinco regiões, insere-se no conjunto de iniciativas federais que, na última década, buscaram promover a integração entre as universidades e a escola de educação básica. Concebido como programa de formação continuada stricto sensu para professores do ensino fundamental da rede pública, a pós-graduação objetiva qualificar a prática pedagógica de língua materna. No caso específico da Literatura, tão marginalizada no contexto de uma Educação escrutinada por métricas cartesianas, habilidades e competências mensuráveis – ao que o texto literário e toda a arte são tão reativos - e, ao lado disso, do afastamento radical do que se focaliza nas licenciaturas e o que se realiza nas escolas, o programa tem desafio importante a enfrentar. É das transformações, é da formação conjunta e mútua de docentes universitários e da escola básica que trata este trabalho. A partir de um suporte teórico que inclui estudiosos da formação docente como Tardif e Raymond (2000), Messina (2001) e Contreras (2002) e, principalmente, das relações entre Literatura e Educação e da formação de leitores, como Candido (2002; 2004), Chiappini (2005), Lajolo (1992) e Bajour (2012), aliado à coleta de relatos de docentes e discentes do programa, que buscamos refletir sobre os movimentos provocados pela formação e seus resultados nas relações com o texto literário e o ensino de literatura, em todos os níveis de ensino. O encontrado foi uma transformação que tem seus efeitos sentidos tanto na escola, quanto no ensino superior, na medida em que novas práticas e conhecimentos têm resultado da conjunção dos saberes acadêmicos com aqueles profissionais dos professores.
O lugar da mulher nas sociedades nunca esteve tanto em evidência como neste século, embora as discussões não tenham sido inauguradas agora. O presente trabalho faz um percurso de análise da representatividade de autoria feminina nas políticas públicas voltadas para o livro literário, especialmente em torno dos livros aprovados pelos Plano Nacional de Materiais e Livro Didático (PNLD) literários, do edital do ano de 2018. Com efeito, tecemos um diálogo entre a literatura infantil, a presença e a legitimação da autoria femininas, em uma historiografia com marcas de jogo simbólico e forças de gênero. Delineamos um caminho que buscou tanto quantificar as obras de autorias femininas como problematizar os critérios avaliativos do PNLD e a recorrência e predominância de algumas obras. Assim, notamos que a luta pelo lugar nas produções artísticas literárias ainda é progressiva e lenta, mas os resultados são expressivos e marcados na história.
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