Este artigo apresenta os resultados de um estudo que focalizou a percepção das variantes lateral e tepe no onset complexo, como em chiclete ~ chicrete, por ouvintes universitários, moradores da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo foi identificar em que medida a forma linguística afeta a percepção de características sociais dos falantes dos estímulos. A hipótese é que a variante tepe será relacionada a perfil socioeconômico baixo, independentemente do sexo dos falantes dos estímulos, e a variante lateral não indexa característica social. O estudo foi desenvolvido com base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista e dos Modelos de Exemplares. 40 participantes ouviram 16 sentenças alvo, contendo um item lexical com uma das duas variantes. A tarefa consistiu na indicação do possível falante do estímulo, homem ou mulher, caracterizado quanto a perfil socioeconômico, escolhido entre duas opções de foto. O comportamento dos participantes foi acessado em função da escolha da foto e do tempo de resposta. Somente os resultados para tempo de resposta foram conclusivos para a correlação esperada para a variante tepe. Questões metodológicas relacionadas ao design experimental e os resultados obtidos são apresentados e discutidos.
Este trabalho focaliza a aquisição de orações relativas por crianças adquirindo o Português Brasileiro em contexto de input variável, considerando os pressupostos da Sociolinguística Variacionista e dos Modelos Baseados no Uso. As relativas infantis iniciais apresentam estruturas mais simples até que as crianças produzam relativas alvo observadas na fala dos adultos, além disso, o processo desenvolvimental é influenciado pela frequência de ocorrência na fala dessas orações e pelo grau de similaridade estrutural com padrões mais recorrentes da língua. Isto é, as relativas mais frequentes e com a estrutura mais comum na língua são adquiridas primeiro pelas crianças (DIESSEL & TOMASELLO, 2000, 2005; XXXX, data). Considerando que o PB se caracteriza por um processo de mudança das orações relativas (TARALLO, 1986, 1993), nossa hipótese é que a aquisição de relativas também vai refletir a dinamicidade da mudança. A análise de dados de produção espontânea de 23 crianças moradoras da cidade do Rio de Janeiro, componentes da Amostra AQUIVAR/PEUL/UFRJ, mostrou que as relativas infantis refletem a mesma direcionalidade de mudança atestada na fala dos adultos da mesma comunidade de fala, embora contenham características inerentes à fase aquisitiva, (MOLLICA, 2003; XXXX, data). Portanto, estes resultados evidenciam que a aquisição depende não só da frequência das estruturas no input, mas também da similaridade que determinadas estruturas apresentam com outras sentenças da língua, e que as crianças participam da implementação da mudança linguística pelo processo de incrementação (LABOV, 2007, 2010).
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