Objetivo: conhecer as compreensões dos enfermeiros sobre humanização no cuidado em saúde mental. Método: tratase de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, realizada com 12 enfermeiros em um hospital psiquiátrico do interior do Nordeste, Brasil, no período de setembro de 2014 a março de 2015. Para a coleta de dados, utilizou-se entrevista semiestruturada, observação não participante e observação dos registros de Enfermagem, analisando-os a partir da Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: emergiram quatro categorias: acolhimento, autonomia, protagonismo e corresponsabilidade. O cuidado humanizado aparece atrelado ao modelo manicomial, culminando em práticas focadas no uso da medicação, ações desarticuladas e sem participação do paciente no tratamento. A percepção da humanização é de dificuldade de atenção às pessoas em crises psíquicas, o que inviabiliza a produção do cuidado integral. Conclusão: o estudo contribui para a reflexão do cuidado de Enfermagem em saúde mental onde é preciso modificar as relações que o discurso biomédico mantém com os que buscam uma prática humanizada.
Resumo No Brasil, as políticas sobre drogas passaram por modificações ao longo do tempo, carregando marcas de cada período histórico e interesse sanitário-político. Na atual conjuntura, por exemplo, há uma tendência de oposição aos ideais do movimento de reforma psiquiátrica. Nesse contexto, este artigo objetiva analisar os elementos-chave evidenciados a partir do estudo de um documento normativo sobre drogas, na perspectiva da análise de discurso crítica. Realizou-se a análise da Lei no 13.840, de 2019, conforme o modelo tridimensional de Fairclough, com discussão a partir dos conceitos de biopoder e biopolítica de Foucault. A ênfase no tratamento pautado pela internação involuntária, comunidade terapêutica e abstinência reproduz uma perspectiva asilar de tratamento. Observa-se, assim, a reprodução de concepções asilar, proibicionista e autoritária, justificadas sob um véu de neutralidade ideológica e evidências científicas, que corroboram a existência de um movimento antirreformista.
Resumo. Introdução: No Brasil, as políticas sobre drogas passaram por modificações ao longo do tempo, carregando marcas a cada período histórico e interesse sanitário-político vivenciado. Com a ascensão do conservadorismo no país, percebeu-se um caráter antirreformista em mudanças concentradas na lei n o 13.840, de 5 de junho de 2019. Assim, elencou-se a análise desta lei a fim de identificar a intencionalidade do discurso desta sobre os novos cuidados em saúde mental dispensados aos usuários e dependentes de drogas; Objetivos: Relatar a experiência do estudo de um documento normativo sobre drogas a partir da Análise de Discurso Crítica; Métodos: Pesquisa documental de abordagem qualitativa da lei n o 13.840 e da Mensagem n o 239 utilizando o método de Fairclough para análise tridimensional dos componentes: texto, prática discursiva e prática social do discurso; Resultados: Identificaram-se estratégias de controle da vida de pessoas que utilizam substância psicoativa no discurso da normativa. O fomento da abstinência por meio da inserção de Comunidades Terapêuticas reflete a intencionalidade política atual. Identifica-se também o esvaziamento do controle social nas esferas decisórias em geral; Conclusões Identificam-se ameaças às conquistas do MRPB por meio das contradições do discurso na política, influenciando no desenvolvimento de práticas de cuidado opressoras.
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