A expansão urbana e a densificação desordenada nas cidades, associadas a um sistema de drenagem urbano ineficiente, tem provocado mudanças no ciclo hidrológico, acentuadas por fatores como impermeabilização do solo, descarte inadequado de resíduos sólidos e canalização do escoamento. Todos esses fatores contribuem para uma drástica alteração da paisagem urbana, a exemplo da canalização e do encapsulamento de rios que perderam sua identidade e sucumbiram a um urbanismo predatório. Com foco na modernização dos sistemas de drenagem e na redução de tais impactos, surge uma abordagem sustentável que busca incorporar aspectos da resiliência. Este artigo propõe discutir criticamente a relação da cidade de Salvador e seus rios, analisando a lógica subjacente à drenagem urbana e a logica que subjaz o processo de concepção do planejamento urbano.
A Revolução Industrial, do século XIX, transformou a produção de bens e o consumo no motriz da sociedade capitalista, tendo a cidade como palco de suas realizações. O novo espaço urbano contemporâneo é moldado sob a pressão do capitalismo e suas vertentes econômicas, políticas e ideológicas, onde a questão da moradia torna-se fator primordial de distinção entre classes. Castells (1983) afirma que a grande massa de operários que compunham a classe social mais pobre buscava no meio urbano a oportunidade de vida, contudo, não tinha o poder político nem econômico para escolher ou exigir qualidade. Logo, acabavam sendo limitados aos guetos ou periferias.
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