Nascido na Jamaica do século XX e migrado para os Estados Unidos nos anos 70, o rap se estabeleceu como uma contranarrativa de jovens negros, latino-americanos e caribenhos. À margem das instituições e representações políticas oficiais, os grupos de rap buscavam denunciar estereótipos aos quais estavam submetidos e criavam consciência política em seus ouvintes. Fortemente influenciados pela cultura da oralidade, propunham, por meio de suas letras, formas ativas e potentes de sobrevivência em territórios violentos e segregados. É o que fazem, hoje, mulheres negras e indígenas ao se apoderarem do gênero musical para revelar suas dores e compartilhar suas lutas diante de estruturas de poder que silenciam suas identidades e subjetividades. Deste modo, este trabalho busca estudar como artistas latino-americanas fazem uso do rap com o seu potencial emancipatório, para trazer à esfera pública problemáticas invisibilizadas, mas que afetam grande parte da população feminina indígena e negra.
Este trabalho tem como objetivo traçar um percurso histórico de participação das mulheres indígenas no Equador entre os anos 2008 a 2020, período que compreende a criação da nova Constituição equatoriana (2008), o levantamento de outubro (2019) e a crise da pandemia de COVID-19 (2020 - presente). Para analisar qual o papel do ativismo de mulheres indígenas equatorianas nesses momentos importantes para o país, fizemos uma revisão detalhada da bibliografia já existente, bem como utilizamos informações disponíveis em meios de comunicação, especialmente em jornais nacionais. Assim, pudemos observar como elas se organizaram frente aos obstáculos de sexo, raça e classe acentuados em momentos extremos como os de crise.
O ensino superior brasileiro e a produção científica foram, historicamente, espaços destinados a uma elite branca privilegiada. Aos povos indígenas, bem como a mulheres e negros, foi-lhes negado, ao longo dos anos, o poder de participação e produção de um conhecimento considerado também legítimo. No entanto, uma nova corrente intelectual indígena decolonial surge para mostrar que há outras formas de saber válidas. Ao mesmo tempo em que se reafirmam enquanto indivíduos e como comunidade, eles contribuem para a difusão de uma pluralidade de ideias e interpretações de mundo. Deste modo, o principal foco deste artigo é de entender qual o papel da participação indígena na produção científica acadêmica e como recentes iniciativas – tal qual a Bibliografia das Publicações Indígenas do Brasil - contribuem para o resgate de sua autoestima e a sua afirmação em um meio excludente.
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