Este artigo propõe-se a estudar as práticas clínicas exercidas pelos profissionais 'psi' (psicólogos e psiquiatras) junto aos Centros de Atenção Psicossocial de uma região do Rio Grande do Sul, buscando verificar em que medida tais práticas vêm contribuindo para a qualificação profissional destes atores e para a potencialização do processo da reforma psiquiátrica brasileira. Sustentado metodologicamente na pesquisa-intervenção, o trabalho explorou as possibilidades crítico-criativas das práticas operadas na rede de saúde mental, buscando desnaturalizar funcionamentos herdados do modelo hospitalocêntrico de internação e exclusão. Mapeadas as principais temáticas contidas em situações consideradas críticas do cotidiano de trabalho daquele grupo, três grandes categorias analíticas emergiram: Modelo de Gestão, Relações de Equipe e, a categoria focada em especial nesse artigo, das Práticas Clínicas. Cinco aspectos norteadores das práticas clínicas operadas nos CAPS são analisados.
RESUMO: Problematiza a questão do olhar na oficina de fotografia no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), situada na interface entre psicanálise, fotografia e atenção psicossocial. Buscou-se articular a experiência neste dispositivo sustentada pelos conceitos da teoria psicanalítica freudo-lacaniana, particularmente o conceito de estádio do espelho de Lacan. Formulamos a noção de analista-inventariante a partir do conceito de inventário como tática, proposto por Pimentel (2014), demarcando as especificidades que a oficina opera a partir do trabalho com imagens.
Resumo O presente ensaio pretende discutir alguns caminhos para o trabalho de psicanalistas diante de situações de violência e de violações de direitos, na escuta de sujeitos que passam por experiências traumáticas. Para isso, apresenta a relação entre trauma e temporalidade, e discorre sobre os desafios transferenciais da escuta nessas condições. As reflexões propostas partem da experiência com o projeto Casa dos Cata-Ventos, uma estratégia de atenção à infância e à adolescência ancorada na ética psicanalítica. É apresentada uma discussão acerca do método de trabalho desenvolvido, o qual se propõe a operar com o tempo em sua rearticulação. Destaca-se que tais estratégias construídas possibilitam a criação de um tempo narrativo, em que se pode falar e historicizar o que se viveu e, assim, oferecer um contraponto à temporalidade do trauma.
O presente artigo tem como objetivo apresentar oficinas de literatura infantil e contação de histórias como um dispositivo clínico para a escuta do sofrimento, do qual destaca-se, para fins deste artigo, a escuta da desigualdade racial. Parte-se de uma experiência na qual o racismo foi negado e silenciado no processo de escuta, situando essa cegueira como resistência do analista, a qual, decorrente do racismo estrutural à brasileira, está presente no campo do conhecimento científico e cultural. Trabalha-se a partir da contação da história de Dandara dos Palmares, analisando os efeitos de subjetivação em todos os participantes da oficina, crianças e psicanalistas.
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