O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) reúne comportamentos desatentos e/ou hiperativos e impulsivos que interferem nos mais diversos âmbitos da vida de um indivíduo que foi acometido pelo transtorno. Apesar de ser mais, frequentemente, diagnosticado em crianças, o TDAH é,também, identificado em adultos, e com significativo impacto na vida universitária, em que o ambiente exige maior responsabilidade e autonomia. Uma das formas de compreender o TDAH é por meio do desconto de atraso, que é a preferência pelo recebimento de um reforço de menor valor, porém de forma imediata, ao recebimento de um reforço de maior valor após um certo período de espera (atrasada), o que caracteriza escolhas impulsivas e autocontroladas, respectivamente. Posto isto, observa-se, em pessoas com o transtorno, uma dificuldade de espera por um reforço tardio, isto é, um desconto de atraso mais acentuado, o que retrata a impulsividade, uma das características mais relevantes em adultos com TDAH. Dentre os tratamentos possíveis está o medicamentoso, sendo os psicoestimulantes os mais utilizados, os quais atuam no Sistema Nervoso Central aumentando a atenção e diminuindo a hiperatividade e impulsividade. Dessarte, a presente pesquisa buscou analisar a influência de psicoestimulantes em padrões de escolhas impulsivas de universitários com TDAH. Participaram do estudo 90 universitários com idades entre 18 e 25 anos, divididos em 3 grupos (Grupo Controle; Grupo TDAH Medicados e Grupo TDAH Não Medicados) cada um com 30 participantes. Como instrumento para coleta de dados, foram aplicados dois questionários, de forma remota e individual, pela plataforma Google Meet, que consistiram em uma tarefa que avaliou o desconto de atraso dos participantes em situações hipotéticas envolvendo valores monetários, investigando seus padrões de escolha. Após a análise dos dados coletados, constatou-se que não foram apresentadas diferenças estatisticamente significativas nos padrões de escolha dos três grupos analisados, ou seja, as intensidades de desconto de atraso foram muito semelhantes entre eles. Porém, observou-se uma tendência de desconto de atraso mais intenso para os dois grupos TDAH, como apresentado na literatura. Outrossim, concluiu-se que, quando submetidos a situações hipotéticas, que envolvam valores monetários, os grupos de indivíduos com TDAH não manifestaram divergências expressivas entre seus padrões de escolha que retratem a influência do tratamento medicamentoso com psicoestimulantes em comportamentos impulsivos.
