Introdução: Os traumatismos na área genital feminina, a depender de sua gravidade e dimensão, podem afetar órgãos reprodutivos, urinários, gastrointestinais, além de todo o contexto biopsicossocial da vida da paciente. Assim, ao dar ênfase aos traumas oriundos de acidentes automobilísticos, nota-se que estes podem gerar lesões que exigem do médico em atendimento a abordagem adequada ao ferimento, bem como o acolhimento da vítima para amenizar a dor, os anseios e as sequelas decorrentes da situação causadora da lesão, a fim de que seja feito um tratamento compatível com suas necessidades psíquicas e fisiológicas. Objetivo: Analisar o caso clínico de uma vítima de acidente de trânsito que sofreu rotura perineal e anal de 3º grau, com indicação cirúrgica de perineoplastia. Relato de Caso: V.A.V., 37 anos, sexo feminino, sofreu trauma de moto em colisão frontal com automóvel há 4 anos, ocasionando fratura pélvica, bem como rotura perineal e anal de 3º grau. Foi submetida à transversostomia, para implantação de bolsa de colostomia, e à cirurgia ortopédica, para colocação de fixador sacroilíaco e fixador de ramos isquiopúbicos, ambos bilateralmente. Em seguida, realizou-se biofeedback, por dois anos, programando cirurgia de Lawson Tait. Deu, então, entrada hospitalar para internação pré-operatória para a reconstrução da região genital, sem queixas. À avaliação ginecológica, o períneo apresentava-se íntegro, com uma única abertura para micção e canal vaginal. No dia seguinte, em jejum e em antibioticoprofilaxia com cefazolina, a paciente foi levada ao centro cirúrgico ginecológico e submetida à raquianestesia. Na posição de litotomia, foi feita antissepsia e assepsia local, sondagem vesical, com saída de urina clara, e conseguinte abertura da mucosa vaginal posterior até o terço superior da vagina. Com a dissecção da mucosa vaginal lateral até as bordas mediais do septo reto-vaginal e do períneo, foi feita a identificação do esfíncter externo do ânus e músculo transverso superficial do períneo. Houve, então, a aproximação das bordas do septo vaginal, reconstruindo o septo. Em seguida, realizou-se a aproximação do transverso superficial do períneo, a aproximação do bulbo cavernoso e, por fim, o fechamento da mucosa vaginal. Assim, efetuou-se a síntese da pele, com consequente avaliação da integridade dos pontos por toque retal e vaginal, bem como da diurese da paciente. E, finalmente, a hemostasia e assepsia final. No dia posterior à cirurgia, já em ingesta oral, afebril, normotensa, normocárdica, com diurese presente na cor clara, sem queixas, ausência de sinais flogísticos à inspeção e de ademais intercorrências, a paciente recebeu alta hospitalar. Conclusão: Verifica-se, portanto, a necessidade do cuidado intensivo e ampliado do médico, bem como da avaliação individualizada e criteriosa dessas lesões. É imprescindível, também, que o tratamento priorize sempre o bem-estar e a qualidade de vida da paciente, além de oferecer autonomia e independência à vítima.
O celular é fonte de infecções entre profissionais saúde pela má higienização celulares e mãos. O objetivo deste estudo foi realizar análise microbiológica dos celulares dos acadêmicos de medicina do 1° ao 12º período de uma instituição privada de Araguari-MG. Estudo transversal exploratório, população composta pelos estudantes de medicina do 1º ao 12º período, resultando em amostra de 86 voluntários, do tipo proporcional estratificada por período. Coleta feita com um swab do celular, das narinas e mãos e material levado para o laboratório e realizou a cultura nos ágares Manitol Salgado e Macconkey, e análise. Dos 86 alunos, 47 tiveram os celulares positivos e 39 não tiveram. Do Ciclo básico 29% foram positivos, do Ciclo clínico 74,5% e do Internato 55,35%. Microrganismos maior prevalência foram: S. aureus, K. pneumoniae e E. coli. Relacionou-se menor taxa dos períodos iniciais a maior presença da temática higienização. Acredita-se que, no Ciclo Clínico, houve maior taxa de contaminação pela circulação entre ambientes hospitalares e menosprezo da higienização. Os internos se identificam como médicos e entendem a saúde do paciente como sua responsabilidade colaborando para inclusão de métodos higienização. Constatou-se maior contaminação no ciclo clínico pelo maior contato com ambiente médicos e descuido da higienização.
Introdução: Estudos envolvendo aquisição de linguagem em “Children of Deaf Adults” (CODA), filhos de pais surdos, ainda são recentes no Brasil, embora seja o país que possui uma linguagem específica (LIBRAS) para pessoas não ouvintes (SOUZA, 2014). O CODA, geralmente, cresce em meio a duas culturas, bilíngue, e nessa perspectiva, a aquisição da linguagem das crianças torna-se um processo complexo e intrigante. Objetivo: Compreender a dinâmica familiar e a aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) concomitante à língua portuguesa falada em crianças sem deficiência auditiva filhos de pais surdos. Considerações: O CODA apresenta risco de comprometimento no rendimento escolar além de desenvolver uma maturidade precoce. Ressalta-se a importância da Atenção primária em saúde e da família na estimulação das potencialidades e monitoramento do desenvolvimento dessas crianças. São necessários novos estudos sobre esse grupo e ações específicas na área da saúde.
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