Abstract:In Latin America, the region known as the Triple Frontier is known for its qualitative religious diversification. Different expressions of believing and feeling abound in the neighborhoods and streets of the border towns Ciudad del Este (Paraguay), Puerto Iguaçu (Argentina) and Foz do Iguaçu (Brazil). The Christian hegemony, important in Latin America, shares space with African religions and with a notable presence of Islam. This dynamic makes the Triple Frontier a privileged geographic region to think about the religious dynamics in Latin America. There is, in this part of the continent, strong socio-cultural interrelations that are fed by the intense flow of material and symbolic religious goods circulating on the frontier. In this sense, the article we propose for this special issue of the journal seeks to discuss how these religious practices have been organized and maintained in the social, dynamic and multiform context of the frontier region. We are interested, based on empirical research carried out in the region, in characterizing the specificities of these distinct manifestations of belief/devotion/practices in the Triple Frontier and in configuring the socio-historical context of the emergence of these religious groups, to relate them to migratory and political issues, their transnational flows and the relations established among themselves in the public space. Finally, in treating the public sphere as a relational and discursive form, this approach will allow us to make visible the relationships between subjects of religious discourse and abstractly construct a model of the circulation network of categories to understand the dynamics of the production processes of legitimacy in the frontier region.
A região conhecida como Tríplice Fronteira, na América do Sul, chama atenção pela sua qualitativa diversidade religiosa. Ao lado das expressões do crer e do sentir relacionadas aos católicos e evangélicos, ainda majoritários, se perfilam diversificadas práticas religiosas. De maneira que os bairros e ruas das cidades fronteiriças, Ciudad del Este (PY), Puerto Iguaçu (AR) e Foz do Iguaçu (BRA), fazem desta região um espaço de conflito e de trânsito religioso privilegiado para pensar as reconfigurações religiosas na América Latina, de modo particular no Sul do continente americano. As fortes inter-relações socioculturais se retroalimentam do fluxo intenso de pessoas e bens materiais/simbólicos, complexificando as matrizes religiosas cristãs na região. Neste sentido, este artigo busca discutir o modo como o cristianismo – notadamente os católicos e evangélicos – tem se organizado e se mantido nesse cenário religioso dinâmico e multiforme. Ao longo desse percurso pretende caracterizar as especificidades das distintas manifestações de crença/devoção/práticas da/na região, ao mesmo tempo em que buscará configurar o contexto sócio-histórico de surgimento dos referidos grupos religiosos. Ao fim, espera-se que esteja disponível um quadro tanto etnográfico quanto analítico do cristianismo na região da tríplice fronteira.Palavras-chave: Fronteira. Religião. Dinâmica Social.
This work seeks to problematize social inequality expressed daily as an inequality in health. More precisely, it is inserted in a region of South America known as the triple Latin American border, a place of intense migratory flow. A privileged locus for discussing relations between migration and health. In this geographic context, the objective is to discuss migration - more specifically, Haitian migration in the context of border region in Brazil - and public health. To do so, we will conduct a discussion in the perspective of access to health as a human right for all people and the duty of the State. Discounts of quantitative and qualitative data. And through the dissemination of data, we will argue that the enjoyment of human rights is allowed in the entire border population, yet non-legalized foreigners residing or domiciled in Brazil (even legalized), does not enjoy rights in the same proportion as nationals.
Etnografia como antídoto: entrevista com Philippe EriksonDesde meados da década de 1980, Philippe Erikson deu um impulso decisivo ao estudo dos povos de língua pano, notadamente a partir de seus trabalhos de pesquisa entre os Matis, no Vale do Javari, e os Chacobo, na Bolívia, localizados próximos à fronteira brasileira. Professor na Université Paris-Ouest Nanterre (outrora Paris X) e pesquisador do EREA (Equipe de Recherche en Ethnologie Amérindienne), Philippe Erikson tem não apenas recepcionado diversos pesquisadores brasileiros em Paris, mas, sobretudo, incrementado a interlocução entre etnólogos dos dois lados do Atlântico, marca de sua delicadeza e generosidade. Nesta entrevista, realizada há três anos, em Buenos Aires, durante a realização da VIII Reunião de Antropologia do Mercosul, Philippe conversou com cinco panólogos sobre sua trajetória acadêmica, sua aproximação da Etnologia, sobre sua predileção pela Etnografia, em detrimento das ambições comparativas ou da procura por modelos teóricos que já o acompanharam. A entrevista foi revisada pelo próprio Philippe em julho de 2012, em Curitiba, com duas das entrevistadoras e depois ajustada eletronicamente até alcançar sua versão final, que vai aqui finalmente publicada. Campos: Como você começou na Antropologia?Philippe Erikson: A primeira vez que fiz um investimento na Antropologia, que gastei tudo que tinha, foi em 1969. Estava morando em Nova York e voltávamos para a França. Tinha 10 dólares e não sabia se poderia trocar essa quantidade. Assim, comprei um livro sobre os índios de América que custava nove dólares. Acho que esse foi o início da minha vocação. Lembro que pouco antes, quando tinha sete ou oito anos, li um livro sobre os Astecas e um amigo tinha lido um livro sobre os Maias. Daí eu ia ficar "a serviço dos astecas" (risos). Depois eu li também o livro sobre os Maias, literatura para crianças, e fiquei preocupado porque pensava: "agora sei o Campos 12(2):83-110, 2011.
Introdução: os aspectos socioculturais dos processos de saúde-doença têm sido, de maneira geral, considerados marginais ou irrelevantes para formulação das intervenções na área da saúde A crise sanitária causada pela Covid-19 impôs à comunidade de pesquisadores a busca de uma compreensão transversal de saúde. Objetivo: este artigo pretende problematizar a hegemonia biomédica no campo da saúde e como, no atual cenário, ela se desdobra em desigualdades em saúde. Método: para tanto, empreende uma revisão bibliográfica com ênfase no contexto latino-americano e explora fontes e argumentos em torno da necessidade de promover diálogo entre a Antropologia e a Epidemiologia. Resultados: a partir da bibliografia consultada, argumenta-se que a interconexão entre a Antropologia da saúde e a Epidemiologia Crítica Latino Americana se apresenta como caminho medular para a superação dos Colonialismos biomédicos, superação das desigualdades Sociais em Saúde e construção de uma soberania sanitária com forte conexão com a vida comunitária. Conclusão: a antropologia desenvolveu, ao longo das últimas décadas, significativo artefato teórico-metodológico para o estudo das formas de viver, enfermar-se e morrer. Tal repertório possibilita examinar as relações entre os modelos de compreensão no campo da saúde, a organização dos serviços, os programas de prevenção e as intervenções terapêuticas, além dos modelos culturais dos usuários. Por isso, não deve ser desprezada nas formulações das intervenções na área da saúde.
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