Analisa-se, neste artigo, a concepção do Vetor de Desenvolvimento Perimetral da Macrometrópole Paulista como um eixo linear de planejamento territorial privilegiado na reorganização espacial da estrutura produtiva paulista. Os dados apresentados demonstram que há, por parte dos órgãos estaduais de planejamento do Estado, um grande volume de investimentos em infraestruturas de transporte inter-regional, cujo objetivo é dotar esse eixo territorial entre Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e o porto de São Sebastião de ótimas condições para atrair a localização dos setores mais modernos da indústria contemporânea e, por conseguinte, consolidá-lo como o principal corredor de produção e escoamento de mercadorias relacionadas aos novos padrões industriais/logísticos.
A pesquisa discute o desenho como ferramenta de planejamento urbano e organização territorial. Confirma seus dilemas e conflitos espaciais, locados no discurso do plano e na prática da cidade real. Tem o município de Naviraí (MS) como objeto de estudo e sua morfologia urbana como componente de análise, elaborada a partir de dados que confirmaram as hipóteses da pesquisa. O método empregado consiste no mapeamento da cidade por meio de imagens de satélites e pesquisas de campo nos órgãos de gestão urbana. Assim, foi possível construir cartografias temáticas para uma análise do espaço urbano mais apurada. Como resultado, admite-se que a cidade de Naviraíembora cidade novase desenvolve a partir de um traçado urbano rígido, afastando-se, contudo, dos potenciais urbanísticos decorrentes da forma original. Por fim, observa-se que os espaços urbanos se interconectam de maneira difusa, segregada, em padrões diversificados e descontínuos em relação ao traçado urbano embrionário.
A expansão urbana morfologicamente dispersa e fragmentada está associada ao surgimento de problemáticas territoriais como o consumo exagerado de terras, água e energia, a má relação entre custo-benefício para implantação de infraestruturas urbanas, e o aumento das distâncias necessárias para a mobilidade cotidiana. Tal modelo de urbanização, em um contexto de elevada desigualdade socioeconômica como o brasileiro, tende a ser ainda mais agravados para as camadas mais pobres da população. A partir deste aparato conceitual, neste artigo objetivou-se analisar a expansão recente da Regional Tatuquara, localizada no extremo sul dos limites municipais de Curitiba, que constitui o principal vetor de expansão urbana da Região Metropolitana desde a década de 1990. Identificou-se o predomínio de uma morfologia urbana descontínua em relação ao tecido urbano central da metrópole, constituída majoritariamente por loteamentos horizontais e conjuntos habitacionais isolados que fomentam a fragmentação do espaço urbano. Conclui-se que este modelo de urbanização está vinculado à uma estratégia explicita de afastamento das áreas destinadas à habitação social por parte dos planos urbanos existentes.
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