RESUMO Com a publicação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2018 e da profusão de mídias e dispositivos ali associados ao ensino de literatura, o presente artigo propõe-se a discutir a chamada crise da atenção na modernidade e de que modo ela afeta o gesto específico solicitado pelo contato com os artefatos literários. Em poucas palavras, se a leitura literária, por um lado, se vincula tradicionalmente ao autocentramento, à concentração, ao silêncio e a outras formas de introspecção, a nova BNCC, por outro, posiciona a literatura num território de constantes deslocamentos e adaptações intermidiáticas, num deslizamento contínuo que inevitavelmente produz consequências para o domínio da atenção e da percepção e compreensão leitora.
Resumo: O presente texto propõe-se a debater o processo de instrumentalização da literatura decorrente do fechamento da área das Linguagens no âmbito das competências e habilidades que estruturam a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para tanto, o argumento divide-se em duas etapas fundamentais: primeiro, investiga a nomenclatura utilitária que controla a literatura no documento proposto; a seguir, debate o que de fato significa formação humana ou integral tendo em vista as operações intransitivas da literatura. O que se deseja demonstrar, em poucas palavras, é que, mesmo em nome de uma educação supostamente crítica, a BNCC precariza a potência de fato formativa do literário e daquilo que não tem uma aplicabilidade imediata.
Resumo Em contraste com os pressupostos teóricos “humanos” ou “pós-humanos” acerca da literatura e de seu lugar institucional, o presente ensaio propõe-se a estabelecer uma leitura “negativa” ou “improdutiva” do ensino literário. Para tanto, o texto divide-se em dois momentos fundamentais: primeiro, examina a temporalidade que a literatura exige, quando do contato efetivo com os objetos; a seguir, o ensaio volta-se para o processo de “saída de si” que a literatura inaugura, quando da entrega à especificidade dos artefatos. Em suma, defender uma leitura “negativa” da literatura não significa esvaziá-la de qualquer dimensão ética; pelo contrário, a “negatividade” do literário responde a uma tarefa política urgente para o tempo presente.
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