<p>O artigo discute a importância dos aspectos políticos, históricos e sociais nas décadas de 1960 e 1970, com o objetivo de compreender o contexto da implantação dos projetos de Desenvolvimento que afetaram o município de Santarém (Oeste do Pará), além de analisar as perspectivas de diferentes vertentes a respeito do desenvolvimento no século XX. Essa compreensão é fundamental para refletir a perspectiva da população amazônica na elaboração ou recepção destas políticas, visto que essas foram elaboradas a partir dos centros políticos brasileiros que consideravam a região amazônica como área periférica. Em termos práticos, a pesquisa foi realizada nas seguintes etapas: (a) revisão bibliográfica sobre o histórico-social do período estudado, o conceito de desenvolvimento e problemática de desenvolvimento no século XX e; (b) levantamento e análise de fontes primárias. (c) pesquisa em jornais na cidade de Santarém para compreender como a imprensa – parte da população, portanto – se posicionou em relação a estas políticas estatais. Como resultados, observou-se que os projetos para viabilizar a integração mantiveram seu foco na exploração e extração de recursos naturais da Região Amazônica. Economicamente a Amazônia era valorizada por ser uma vasta região cheia de riquezas que, de acordo com o pensamento da época, poderiam ser utilizadas para ajudar economicamente o país.</p>
A compreensão do processo de ocupação da Amazônia, perpassa pela análise das políticas de desenvolvimento implementadas pelo Estado na região, a partir da década de 1960. No âmbito do conjunto de ações com foco, inicialmente, na integração nacional, a abertura de rodovias foi um subsídio necessário para o alcance dos objetivos propostos, além da formação de uma rede urbana, como base logística de ocupação. Nesse contexto, surgem na região inúmeros núcleos populacionais tanto induzidos quanto espontâneos, tal como a Comunidade de Boa Esperança, no município de Santarém, oeste do Pará. Nesse contexto, o presente trabalho analisa o processo de formação territorial da comunidade de Boa Esperança no bojo das políticas de desenvolvimento regionais, além das especificidades territoriais que atribuem papel de destaque à comunidade na economia local. Para tanto, realizou-se revisão bibliográfica, jornalística, documental e pesquisa de campo. As origens da comunidade de Boa Esperança relaciona-se à construção da PA-370 (Santarém-Curuá-Una) e da Usina Hidrelétrica Sylvio Braga, também conhecida como hidrelétrica de Curuá-Una. Constatou-se três fases em seu processo de desenvolvimento histórico e territorial: A fase extrativista, a fase de organização e consolidação da comunidade, e a fase de especialização da produção e agronegócio.
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