Este texto procura discutir, por meio de levantamento bibliográfico, a inserção do multiculturalismo na pesquisa sobre formação de professores. Estabeleceu um recorte temporal entre os anos de 2000 a 2006 e elege como fonte de coleta de dados os trabalhos apresentados na ANPEd e no ENDIPE e os artigos publicados em periódicos com foco na discussão do multiculturalismo. É possível apontar que há uma polissemia entre os estudos selecionados, como, por exemplo, as perspectivas multicultural crítica, a intercultural e a pós-colonial. Constata-se que os resultados dos textos selecionados revelam um tratamento mais próximo de uma acepção conservadora. Encerra ressaltando a importância do multiculturalismo crítico, sobretudo, do conceito de identidade de fronteira, bem como o maior destaque que deve ser dado ao que se tem feito com as questões culturais na formação de professores/as, ao invés de restringir a preocupação às discussões alusivas às múltiplas acepções de multiculturalismo.
O artigo configura-se como pesquisa de levantamento bibliográfico e analisou mais de 200 dissertações e teses disponíveis nas bibliotecas digitais, defendidas entre 1983 e 2019. Sem o propósito de se configurar como trabalho de estado da arte, trata-se de outro levantamento a partir de fontes outras, somando-se aos levantamentos anteriormente empreendidos. Assim sendo, o artigo destaca os autores mais citados, as tendências teóricas dominantes, os temas mais estudados e aqueles ainda silenciados. A partir dos resultados encontrados, é possível identificar: a) uma forte prevalência da epistemologia da prática como principal vertente epistemológica para a análise desse período; b) inúmeros estudos que apresentam as características desse momento inicial, ressaltando o fato de ser um período marcado por intensas aprendizagens em contextos diversos e adversos; c) a emergência de temas como as relações nessa fase da carreira e os programas de formação inicial; d) a análise de políticas de inserção à docência em algumas redes de ensino. O texto encerra apontando temas ainda silenciados ou pouco investigados, como, por exemplo, as clivagens de raça e gênero como importantes elementos para a compreensão desse momento de iniciação profissional.
Este artigo é resultado de uma dissertação de mestrado que teve como problema de pesquisa “Como os livros didáticos voltados aos anos finais do ensino fundamental abordam o tema das relações de gênero e sexualidade? Os livros selecionados foram usados por alunos/as e professores/as do nono ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal da cidade de Ilicínea-MG e tiveram a análise de imagens como foco. As disciplinas escolhidas foram Geografia, Matemática, Língua Portuguesa, Ciências e História. Os resultados deste estudo mostram que os livros didáticos reforçam os estereótipos em torno das relações de gênero; que as análises em torno da sexualidade, quando existem, não são explícitas, ficando, portanto, subentendida a heterossexualidade como a única forma de viver essa dimensão da vida.
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