O delta do rio Paraíba do Sul apresenta feições típicas associadas a deltas assimétricos dominados por ondas. Destas feições, os pontais (spits) arenosos que ocorrem no flanco norte do delta tem particular importância para a evolução da planície deltaica. O modelo de formação e evolução mais recente descreveu a ocorrência de ciclos regulares de emersão, crescimento e assimilação à planície desses spits arenosos. Entretanto, diversos trabalhos presentes na literatura argumentam que a morfodinâmica das desembocaduras em deltas possui caráter não-linear ou irregular. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a dinâmica dos spits arenosos no flanco norte do delta do rio Paraíba do Sul a partir de imagens da série histórica LANDSAT, dados de vazão e índices de oscilação das águas do Pacífico Sul (SOI). Para tanto, foi realizado o mapeamento geomorfológico da área de estudo, análise dos dados de vazão e os Índices de Oscilação das águas do Pacífico Sul (SOI). Os resultados obtidos mostraram diversos períodos de emersão, crescimento, conexão à planície e retrabalhamento dos spits arenosos, sugerindo ocorrência de ciclos curtos não-lineares de evolução dessas feições. Os resultados mostraram uma possível relação entre os períodos de retrabalhamento dos spits arenosos com as estações secas e ocorrência do fenômeno La Ninã.
Os canais de maré são feições litorâneas comuns, as quais promovem fluxo de água entre corpos hídricos costeiros e o oceano. A abertura desses canais está associada a eventos meteo-oceanográficos de maior energia que condicionam processos transversais, erosão e rompimento das barreiras arenosas. Trabalhos anteriores já apontaram que a abertura de canais de maré associados aos pontais arenosos que ocorrem no flanco norte do delta do rio Paraíba do Sul é um processo comum que faz parte da evolução dessas feições. No entanto, a dinâmica de abertura desses canais, bem como a influência das forçantes flúvio-oceanográficas ainda não são bem conhecidas. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é analisar a dinâmica e as condições flúvio-oceanográficas que propiciam a abertura de canais de maré no flanco norte do delta do rio Paraíba do Sul, Rio de Janeiro-Brasil. Os resultados obtidos apontam que a abertura de canais de maré na área de estudos é resultado das condições morfológicas criadas pelo próprio crescimento dos pontais em conjunto com condições flúvio-oceanográficas capazes de aumentar o fluxo na foz norte do delta. As condições oceanográficas de moderada a alta energia e maiores amplitudes de maré se mostraram mais influentes que a vazão do rio.
O Google Earth Engine (GEE) tem proporcionado subsídio às pesquisas multitemporais devido a seu rápido e gratuito processamento em nuvem. Os deltas do rio São Francisco e do rio Paraíba do Sul estão localizados na costa leste brasileira e são classificados como deltas dominados por ondas, segundo Galloway (1975). A construção de suas planícies deltaicas ocorre a partir da incorporação de Barreiras Arenosas Costeiras (BACs) e nos dois casos ocorre a formação de spits (BACs conectada à planície por apenas uma das extremidades). Para análise da trajetória espectral dos pixels entre os anos de 1986 e 2021, foram utilizadas as coleções de imagem Landsat 5 e Landsat 8. Para a detecção de mudança, foi aplicado o índice MNDWI (Modified Normalized Difference Water Index). Os resultados mostraram as áreas de acreção e recuo da linha de costa. O delta do rio São Francisco teve balanço de área negativo de - 0,1206 km², enquanto do delta do rio Paraíba do Sul obteve balanço positivo de 0,2318. Foram identificadas áreas de erosão costeira, que podem estar relacionadas à ação antrópica sobretudo no caso do delta do São Francisco, devido às construções de barragens nas bacias de drenagem que alteram a carga sedimentar fluvial.
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