Passiflora a/atà Curtis e P. nítida Kunth, espécies brasileiras, foram submetidas ao estudo farmacognóstico comparativo. P. a/ata tem sido utilizada h tempos na medicina tradicional e em preparações farmacêuticas. No estud farmacobotânico, as folhas das duas espécies apresentaram semelhança na forma no tamanho e na ausência de indumento. Diferem quanto ao número de glândula peciolares. P. a/ata apresenta geralmente dois pares de glândulas e P. nitida, um par. Anatomicamente, as duas espécies mostraram características comuns a gênero Passiflora: mesofilo dorsiventral; drusas no mesofilo, na nervura mediana, n região cortical, medular e floemática do caule; feixes vasculares colaterais. Embor as duas espécies apresentem nervura mediana biconvexa, a de P. a/ata evidenc as carenas pronunciadamente salientes, principalmente na face abaxial. Outr aspecto diferencial observa-se na forma do caule: em P. a/ata é quadrangular e, e P. nitida, arredondada. A seqüência de tecidos assemelha-se, com exceção d maior desenvolvimento de colênquima nas arestas de P. a/ata. A triagem fitoquímic evidenciou a presença de flavonóides nas duas espécies e a ausência de alcalóide em ambas, tanto na droga vegetal quanto nos extratos. Formação de espum perSistente foi observada com a droga vegetal preparada com P. a/ata. A hemólis foi observada com a droga e o extrato desta espécie. Os flavonóides fora quantificados como 0,42% ± 0,01 em P. a/ata e 0,10% ± 0,01 em P. nitida. No ensa da atividade antioxidante, a EC 50 de P. a/ata foi de 1061,2 ± 8,5 IJg/mL e a de P nitida 128,0 ± 0,9 IJg/mL, no ensaio do DPPH, e de 1076 ± 85 IJmol de Troloxlg d extrato e de 1985 ± 104 IJmol de Troloxlg de extrato no ensaio de ORAC respectivamente. No ensaio de atividade antiúlcera aguda P. a/ata exibiu, na áre total de lesão (ATL), proteção contra as lesões gástricas de 100%, P. nítida de 84 e lansoprazol, o controle positivo, de 76%. Quanto à área relativa de lesão (ARL), a/ata exibiu proteção contra as lesões de 99,45%; P. nítida, de 82,27% lansoprazol, de 81,44%, no ensaio de lesão gástrica induzida por etanol/HCI co 300 mmol/L de HCI e extratos na dose de 400 mg/kg. As doses de 100,200 e 40 mg/kg dos extratos foram testadas nas mesmas condições com 150 mmol/L de HC P. a/ata apresentou, na ATL, 100% de proteção contra as lesões gástricas nas trê concentrações e lansoprazol, de 75%. Na ARL, P. a/ata exibiu 100% de proteção lansoprazol, de 76,92%. P. nitida apresentou, na ATL, proteção contra as lesõe gástricas de 25%, 74% e 94% nas três concentrações, respectivamente e lansoprazol, de 80%. Na ARL, P. nitida exibiu 27,40%, 74,00% e 91,78% d proteção, respectivamente e lansoprazol, de 78,08%. Baseando-se neste estudo possível distinguir as duas espécies através de características morfoanatômicas da folhas e dos caules e, através do perfil cromatográfico. Ambas as espécie apresentaram atividade antiúlcera promissora.