OBJETIVO: avaliar a sobrecarga de familiares cuidadores de crianças com transtornos do espectro do autismo, segundo a percepção dos próprios cuidadores. MÉTODOS: participaram 20 sujeitos, de ambos os gêneros, com idades entre 22 e 60 anos (Média= 32,6), sendo dez familiares de crianças com transtornos do espectro do autismo e para compor o grupo controle dez familiares de crianças com transtornos de linguagem. As crianças apresentavam entre três e dez anos de idade (Média= 5,8). O grupo controle foi selecionado a partir do pareamento de idade, escolaridade e gênero das crianças. Todas as crianças encontravam-se em atendimento fonoaudiológico. Para avaliar a sobrecarga dos cuidadores foi utilizada a Escala Burden Interview e foram coletados dados sociodemográficos dos participantes. A análise estatística dos dados foi realizada a partir do teste de Mann-Whitney e da análise da Correlação Spearman (p< 0,05). RESULTADOS: a média do índice de sobrecarga do familiar cuidador de ambos os grupos foi 28, portanto, não foi observada diferença estaticamente significante e indicou que os G1 e G2 estavam moderadamente sobrecarregados. As características dos participantes também não foram significantes no índice de sobrecarga. CONCLUSÃO: cuidar de crianças com transtornos do espectro do autismo pode sobrecarregar seus familiares de modo semelhante ao de familiares de crianças com outros transtornos do desenvolvimento.
OBJETIVO: verificar o desempenho de vocabulário de crianças institucionalizadas e comparar com o desempenho de crianças pertencentes à rede pública e particular de ensino. MÉTODOS: participaram deste estudo 16 crianças em situação de acolhimento institucional em abrigo, de ambos os gêneros, com idades entre 4 anos a 5 anos e 11 meses (grupo experimental). Para compor o grupo controle, participaram 32 crianças provenientes de escolas pública (n=16) e privada (n=16) pareadas por idade, totalizando 48 participantes. Para a verificação do desempenho de vocabulário foi utilizado o Teste de Vocabulário - ABFW que verifica a competência lexical da criança e os recursos de significação utilizados para nomear a palavra alvo. Foi realizada a análise estatística dos dados a fim de analisar diferenças entre os grupos pesquisados (Teste de Kruskal-Wallis). RESULTADOS: foi possível observar que as crianças institucionalizadas demonstraram desempenho inferior na prova de vocabulário em relação aos grupos controle, que não apresentaram grandes diferenças entre si. Cabe mencionar que todas as crianças demonstraram maior dificuldade nos campos conceituais "profissões" e "locais". CONCLUSÃO: crianças em situação de acolhimento institucional em abrigo possuem desempenho vocabulário abaixo do esperado para a idade e inferior ao desempenho de pré-escolares de escolas pública e privada que residem com suas famílias.
RESUMO Objetivo Analisar elementos prosódicos de segmentos da fala de escolares com transtorno do espectro autista (TEA) e comparar com grupo controle, por meio de uma análise acústica. Método Foram realizadas gravações da fala de uma amostra de indivíduos com TEA (n=19) e com desenvolvimento típico (n=19) do gênero masculino, intervalo: 8-33 anos. Para coleta de dados, utilizou-se como roteiro o questionário de prosódia do ALiB (Atlas Linguístico Brasileiro), que contém frases interrogativas, afirmativas e imperativas. Os dados obtidos foram analisados por meio do software PRAAT e encaminhados para tratamento estatístico com o intuito de verificar possíveis diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos estudados em cada parâmetro prosódico avaliado (frequência fundamental, intensidade e duração) e suas respectivas variáveis. Resultados Verificou-se que houve diferenças significantes para as variáveis tessitura, amplitude melódica de vogal tônica, amplitude melódica de vogal pretônica, intensidade máxima, intensidade mínima, duração de vogal tônica, duração de vogal pretônica e duração de enunciado. Conclusão Indivíduos com TEA apresentam diferenças marcantes na prosódia em comparação aos com desenvolvimento típico. Ressalta-se, no entanto, a necessidade de mais estudos sobre a caracterização de aspectos prosódicos da fala de indivíduos com TEA com uma amostragem maior e faixa etária mais restrita.
OBJETIVOS: investigar as iniciativas de comunicação na interação entre crianças com distúrbios do espectro autístico (DEA) e suas mães, por meio de uma análise pragmática. MÉTODO: cinco crianças com DEA, de ambos os gêneros, idades entre cinco e 12 anos juntamente com suas mães. O grupo controle constou de cinco crianças com desenvolvimento normal, pareadas com as crianças com DEA de acordo com gênero e idade e suas respectivas mães, totalizando 20 participantes. Para a caracterização da amostra foram utilizadas uma Ficha informativa e a Escala de Avaliação de Traços Autísticos. Cada díade foi filmada por 30 minutos durante as interações lúdicas, analisadas a partir do Protocolo de Pragmática. Este instrumento avalia as iniciativas de comunicação, meios e funções comunicativas expressas. Os dados foram tratados estatisticamente (p < 0,05; foram utilizados os testes não-paramétricos de Wilcoxon e de Mann-Whitney). RESULTADOS: foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre as iniciativas comunicativas das crianças com DEA e suas mães, quando comparadas ao grupo controle. As díades que envolveram crianças com DEA iniciaram menos a comunicação e utilizaram predominantemente gestos e vocalizações menos interativas. CONCLUSÕES: estes dados possibilitaram descrever aspectos fundamentais para compreensão das manifestações clínicas da população estudada e para a elaboração de programas de intervenção que visem melhorar a qualidade de vida da criança e sua família.
RESUMOO objetivo deste trabalho foi descrever o processo de intervenção fonoaudiológica de dois irmãos com transtornos invasivos do desenvolvimento, por meio de um estudo longitudinal de caso clínico. Participaram dois irmãos, um de nove e outro de 11 anos de idade, ambos do gênero masculino, com autismo (Caso 1) e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação (Caso 2). Como procedimento de coleta e análise de dados foi realizado um estudo longitudinal, por meio de acompanhamento dos casos ao longo de quatro anos de intervenção fonoaudiológica. Foram realizadas filmagens durante as sessões de terapia, análise documental de informações dos prontuários referentes à anamnese, avaliação e relatórios terapêuticos fonoaudiológicos, exames e avaliações multidisciplinares. Em ambos os casos houve melhora no contato visual, na interação social, no vocabulário e na brincadeira simbólica.No Caso 1 ocorreu aumento de 2,0 para 6,2 atos comunicativos por minuto, no Caso 2 de 3,5 para 8,0 atos e ambos demonstraram predominância do meio verbal e maior variedade de funções comunicativas. Outros fatores influenciaram estes resultados, como a deficiência intelectual, a dinâmica familiar, os conflitos no relacionamento entre os irmãos e o ambiente escolar em que estavam inseridos. Confirmou-se a relevância do fonoaudiólogo em intervenções nos transtornos invasivos do desenvolvimento, junto a equipes multidisciplinares, para a discussão diagnóstica e de condutas mais adequadas. Estudos longitudinais podem contribuir para uma análise mais detalhada e fidedigna de intervenções terapêuticas nesses casos, para esclarecer lacunas existentes na literatura e subsidiar a atuação do fonoaudiólogo clínico.Descritores: Transtorno autístico; Reabilitação dos transtornos da fala e da linguagem; Avaliação; Relação entre irmãos INTRODUÇÃOO fonoaudiólogo, por tratar das alterações de linguagem, recebe diversos casos de crianças e adolescentes com transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) que segundo a literatura (1) , se caracterizam por prejuízos severos e invasivos na interação social, na comunicação e presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipados. Eles estão entre os transtornos de desenvolvimento mais comuns e referem-se a uma família de condições caracterizadas por grande variabilidade de manifestações clínicas que acometem mecanismos cerebrais de sociabilidade básicos e precoces (2) . Diversos autores apontam que a terapia de linguagem envolvendo crianças com transtornos invasivos do desenvolvimento deve enfatizar habilidades comunicativas, interacionais e cognitivas (3)(4) . Além disso, a inserção de um trabalho que envolva a família (5) , a escola (6) e uma atuação multidisciplinar colaborativa, pode contribuir de modo significativo para um melhor prognóstico em tais casos. Entre estes aspectos destacase a família como o primeiro sistema que traz implicações altamente relevantes para o desenvolvimento social, intelectual, afetivo e comportamental de seus membros (7) . Sabe-se que a iniciação das in...
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