Introdução Desde dezembro de 2019, os sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam a pandemia causada pela Sars-Cov-2. A pandemia começou na China e se espalhou pelo mundo. Este novo coronavírus tem alta capacidade de transmissão e elevada letalidade em pessoas com mais de 60 anos e com fatores de risco (obesidade, diabetes e hipertensão arterial sistêmica, entre outras). Desta forma, varios são os questinamentos sobre as diferenças nos aspectos epidemiológicos da doença e sua apresentação em pacientes de acordo com sexo, idade e comorbidades. Objetivos Analisar e definir os principais fatores epidemiológicos relacionados a sexo, idade, comorbidades e mortalidade em pacientes com diagnóstico de infecção por COVID-19 confirmada por teste molecular de RT-PCR detectado. Método Estudo de coorte retrospectiva realizado por meio da análise de banco de dados do sistema de vigilância epidemiológica e vigilância ativa de IRAS de um hospital referência em tratamento de doentes infectados pelo Sars-Cov-2 na cidade de Goiânia, no período de um ano (01/04/2020 até 31/03/2021). Resultados No período analisado, 3337 pacientes foram internados e tiveram o diagnóstico confirmatório de infecção por Sars-Cov-2 através de RT-PCR, destes 1953(58,52%) eram homens e 1385(41,50%) eram mulheres. A média de idade foi de 59,43 anos. Dentre as comorbidades, 51,37% dos pacientes não tinham nenhuma comorbidade relatada e 61,73% apresentavam uma ou mais comorbidade, sendo as principais hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, doenças pulmonares e cardiopatias. O tempo médio de internação, foi de 11,49 dias, aumentando para 15,71 dias para aqueles pacientes que necessitaram de suporte ventilatório invasivo. Quanto a taxa de mortalidade, 30,05% de todos os pacientes do estudo evoluiram para óbito, aumentando para 80,91%quando avaliados os pacientes em ventilação mecânica. Conclusão Os dados analisados são equivalentes a outros estudos brasileiros realizados em pacientes com COVID-19, e mostram que trata-se de uma doença com difícil manejo, com pior prognóstico quando relacionada a algumas comorbidades específicas, aumentando consideravelmente a taxa de letalidade quando avaliados os pacientes que necessitaram de ventilação mecânica invasiva. Desta forma, concluimos que é de fundamental importância a realização de medidas precoces, com tratamentos eficazes principalmente para pacientes avaliados como potencialmente graves.
Introdução Em 2019, o terceiro coronavírus altamente patogênico em humanos foi disseminado entre a população e provocou uma emergência de saúde global. A Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus-2, é considerada o gênero mais patogênico entre os coronavírus e possui severa capacidade de sofrer mutação quando disseminado entre a população humana. Assim, em virtude da recente descoberta da COVID-19 e da gravidade provocada em seres humanos questiona-se: Os pacientes hospitalizados com COVID-19 são mais susceptíveis a ocorrência das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)? Objetivos Definir a densidade de incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde em pacientes com COVID-19 e descrever o perfil epidemiológico dessas infecções em pacientes com COVID-19. Método Estudo epidemiológico analítico de caráter retrospectivo e concorrente, realizado por meio do banco de dados do sistema de vigilância ativa de IRAS de um Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus da cidade de Goiânia-Goiás, no período de abril de 2020 a maio de 2021. Resultados No período analisado constatou-se 212 casos de IRAS, sendo 188 (88,67%) em pacientes com diagnóstico de COVID-19. A média de idade foi de 60,03 anos, tendo prevalência do sexo masculino (64,89%), a média de permanência hospitalar foi de 15,36 dias e houve 13,29% (25) de altas hospitalares por melhora clínica. Em relação as IRAS dos pacientes com COVID-19, 17,55% (33) consistiu de infecção do trato urinário associado a cateter vesical, 25,53% (48), infecção primária de corrente sanguínea laboratorial associada ao cateter venoso central, 59,91% (107) pneumonia associada a ventilação mecânica, sendo a densidade de incidência, respectivamente, 2,6, 3,94 e 8,81. A Klebsiella pneumoniae representou 67,68% dos casos, seguido de Acinetobacter Baumannii (16,48%) e Pseudomonas Aeruginosa (16,48%), no entanto, a presença de 13,08% de Stenotrophomonas Maltophilia merece destaque, devido sua característica incomum e difícil tratamento. Com relação ao perfil de resistência microbiana 3,72% (sete) foram "Pandrug-resistant" (PDR). Conclusão A densidade de incidência de IRAS foi equivalente a outros estudos com pacientes sem COVID-19. No entanto, o tempo de permanência hospitalar dos pacientes com COVID-19, os tornaram suscetíveis a ocorrência das IRAS e refletiu no perfil epidemiológico dessas infecções que apresentaram maior resistência antimicrobiana e presença de germes incomuns.
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