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Capítulo 10Migração e saúde: um estudo a partir da história de vida de um migrante em situação de rua .
Uma das consequências da globalização é o aumento dos fluxos migratórios que se espalharam pelo mundo inteiro. Pessoas passaram a deixar suas pátrias, devido a problemas políticos, econômicos ou desastres climáticos, buscando oportunidades de melhora de condição de vida em outros países. Desta forma, quando o migrante internacional em situação de vulnerabilidade chega ao seu destino, enfrenta adversidades para se estabelecer de forma segura e a barreira linguística se apresenta neste momento como um dos principais obstáculos para a sua integração social no novo território. O domínio do idioma representa a possibilidade de inclusão e ajuda a diminuir a marginalização do sujeito-migrante. Considerando-se esse contexto, apresentamos uma reflexão sobre a necessidade do acolhimento linguístico aos migrantes por meio do ensino do Português como Língua de Acolhimento (PLAc), como uma maneira de compreender o contexto migratório e desenvolver métodos de ensino da língua-alvo pautados na interação e no intercâmbio cultural, partindo de pontos de referência e conhecimentos já adquiridos pelos migrantes e aproximando-se da cultura e costumes do país-acolhedor de maneira dialógica e gradual. Dito isso, também destacamos a importância da formação e capacitação do professor para lecionar essa modalidade de aprendizagem. A pesquisa desenvolve-se de forma qualitativa e foi feito o uso de dados bibliográficos para construção do referencial teórico. A partir dos resultados alcançados no artigo, compreendeu-se a necessidade do ensino do PLAc como uma forma de empoderar e assegurar os direitos dos migrantes internacionais que chegam ao Brasil.
INTRODUÇÃOO Brasil tem recebido solicitações de refúgio de pessoas vindas de países que enfrentam situações de guerra, conflitos econômicos, religiosos e também de fundado temor de perseguição, circunstâncias previstas na Convenção de 1951. Vale ressaltar que a questão do refúgio no mundo atingiu números significativos, na última década, e, segundo o ACNUR (2021), esse número, em 2020, superou 82 milhões de pessoas.Tem-se, aqui, o objetivo de levantar e analisar os casos de crianças e adolescentes que chegam ao Brasil desacompanhadas ou separadas dos pais e enfrentam dificuldades no processo de acolhimento, principalmente em relação ao acesso às políticas públicas. Abordam-se as questões enfrentadas por esse grupo de pessoas que, por sofrerem violência no país de destino, encontram-se em extrema vulnerabilidade social, principalmente por serem mulheres e meninas.Trata-se de crianças e adolescentes que chegam desacompanhadas de seus pais e/ou responsáveis, ou separadas deles, embora acompanhadas por uma pessoa adulta, que, no entanto, não é responsável legal delas. Nesse contexto, elas se veem frente a burocracias que causam ainda mais dificuldades para o acolhimento inicial e à inserção na escola e no atendimento da saúde, por exemplo.Ressalta-se que a temática deste estudo emergiu durante o processo de coleta e análise dos dados da pesquisa desenvolvida no doutoramento do Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia na
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