Introdução: O processo cicatricial é um evento fisiológico constituído de quatro fases coordenadas que sobrepõem-se: hemostasia, inflamação, proliferação e remodelação, que tem por finalidade a síntese de um novo tecido. Quando há falhas em algum destes eventos haverá deficiência no reparo tecidual. Apesar de várias formas terapêuticas já serem disponíveis no mercado, grande parte apresenta inúmeros problemas. Os polissacarídeos vegetais apresentam diversas atividades farmacológicas principalmente no controle de processos inflamatórios e de imunorregulação, além da baixa toxocidade. A Cissus sicyoides (Vitaceae) é uma planta conhecida popularmente como insulina vegetal, que possui descrito na literatura atividades farmacológicas de suas folhas como gastroprotetora, antioxidante, analgésica e anti inflamatória. Objetivo: Avaliar o efeito cicatrizante dos polissacarídeos das folhas de C. sicyoides no modelo de feridas cutâneas excisionais em ratos. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar fêmeas (180-200 g) para a indução das feridas cutâneas. Realizado tratamento tópico com o extrato polissacarídico de C. sicyoides (EP-Cs: 0,01 - 1%/1x dia) e os controles com NaCl (0,9%) a eutanásia foi realizada nos dias (2º, 5º e 7º dias pós ulceração) para avaliação do curso temporal do processo cicatricial. Resultados: O EP-Cs a 0,1% reduziu os seguintes sinais clínicos inflamatórios: edema no 2° dia (moderado), hiperemia no 5° dia (leve). Além disso, acentuou o destacamento de crosta no 5° dia (100%) e a formação do tecido cicatricial no 5° (50%) e 7° (83%) dia. O EP-Cs a 1% reduziu o edema no 2° dia (moderado), hiperemia no 5° dia (leve), bem como acentuou o destacamento de crosta no 5° dia (100%) e a formação de tecido cicatricial no 5° (67%) e 7° (100%) dia, aumentou o limiar nociceptivo ao longo de todos os dias (1° ao 7°). Além disso, promoveu a redução da área da ferida no 5° dia (43%) e aumentou o índice de cicatrização do 5° (25%) ao 7° (12%) dia. Conclusão: Conclui-se que o tratamento tópico com o EP-Cs em feridas cutâneas excecionais acelera o processo de cicatrização de feridas por meio do controle da fase inflamatória, com redução dos sinais clínicos inflamatórios e aumento do índice de cicatrização.