A dificuldade de compreensão em crianças com TEA em relação às instruções fornecidas nos diversos instrumentos avaliativos torna mais trabalhosa a coleta de informações importantes para um diagnóstico, o que pode impactar as pontuações padronizadas da escala. O objetivo deste estudo foi verificar se há diferença entre dois protocolos de avaliação da escala Movement Assessment Battery for Children (MABC-2) no desempenho de crianças com TEA. Avaliaram-se 18 indivíduos com TEA em relação às suas habilidades motoras. Para tanto, adotou-se a escala MABC-2 com dois protocolos diferentes. No protocolo tradicional (P-TR), utilizou-se a descrição fornecida em seu manual, com comandos verbais e demonstração para a descrição das atividades. Após 15 dias, esses comandos foram reavaliados. Nesse caso, empregou-se o protocolo com auxílio de cartões de imagem (P-CI) como recurso para descrição das atividades, com o propósito de diminuir os comandos verbais. Os resultados indicam que os indivíduos com TEA se beneficiaram do P-CI quando comparado ao P-TR, em relação a todas as habilidades avaliadas (destreza manual Z =-154, habilidades com bola Z =-1,885, equilíbrio Z =-1,074, desempenho global Z =-2,206). Os suportes visuais podem ser introduzidos no protocolo de avaliação da escala Comparação do protocolo adaptado de avaliação motora utilizando a escala Movement Assessment Battery for Children (MABC-2) no TEA Comparação do protocolo adaptado de avaliação motora utilizando a escala Movement Assessment Battery for Children (MABC-2) no TEA
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade, e persiste ao longo da vida do indivíduo. Crianças e adolescentes com TDAH frequentemente apresentam dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento em sala de aula. A identificação precoce e promoção de programas de intervenção com tais crianças podem atenuaras dificuldades enfrentadas e promover desenvolvimento a longo prazo. O objetivo desta revisão sistemática da literatura foi investigar os programas de intervenção em TDAH realizados no contexto escolar. Para tanto, foram consultadas as bases de dados PUBMED, SCIELO e PEPSIC utilizando os seguintes descritores: (ADHD) AND (school-based) AND (intervention or program or training) e seus correlatos em português. Os critérios de inclusão estabeleceram que os artigos fossem empíricos, redigidos em português ou inglês, publicados entre 2012 e 2017, e apresentassem intervenções dentro do contexto escolar com crianças e/ou adolescentes portadores de TDAH. Na base de dados da PUBMED foram encontrados 37 artigos, na SCIELO,4 e na PEPSIC, nenhum. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 9 artigos para escrutínio. Os resultados das análises mostraram a utilização de um amplo espectro de metodologias nos programas investigados, tais como emprego de atividades computadorizadas, treinamento para pais e professores, intervenções psicossociais e tarefas de desafio dentro da sala de aula. Em 7 dos 9 artigos, as intervenções possibilitaram melhoras nos sintomas de TDAH, nas habilidades acadêmicas, sociais, de organização e/ou funções executivas.
RESUMOA Dislexia é definida como uma defasagem na habilidade de leitura e escrita em relação à capacidade de compreensão e inteligência geral, e suposta educação formal de qualidade. Além dessas dificuldades, há concordância entre autores em relação a existência de um déficit metalinguístico envolvendo a dificuldade de nomeação rápida, a falta de consciência metafonológica e o déficit de memória de trabalho e dificuldade de sequencialiazação, fatores que dificultam a aquisição da leitura e da escrita. O objetivo do trabalho é comparar o desempenho em nomeação de figuras de crianças sem queixas escolares e crianças com Dislexia. Participaram da pesquisa 271 alunos do grupo controle sem histórico de repetência ou queixa escolar e 16 do grupo clínico, na faixa etária de 8 a 12 anos, com diagnóstico formalizado de dislexia. Utilizou-se o Teste de Nomeação de Figuras e realizou-se estatística descritiva (média) e inferencial (Mann-Whitney). Os resultados sugerem que os disléxicos de fato têm dificuldade ao nomear figuras corroborando dados da literatura. O estudo possibilitou ainda afirmar que algumas figuras são mais consensualmente nomeadas e que há itens do teste de figuras que devem ser melhor estudados. Estudos futuros poderão ainda discutir qualitativamente a natureza das dificuldades encontradas no grupo com dislexia. Estudos relacionados à déficits de categoria de figuras distintas devem ser implementados. O estudo aponta ainda para a possibilidade de, conhecidas as dificuldades de nomeação encontradas no grupo com dislexia, implementar projeto de reabilitação que envolva esta habilidade, bem como estudo de rastreio que possa, a partir da inabilidade de nomear figuras, oferecer suporte adicional com vistas a minimizar o impacto destas dificuldades no processo de aquisição de leitura e escrita.
Introdução. A afasia progressiva primária (APP) é uma síndrome clínica caracterizada pelo comprometimento da fala e da linguagem decorrente da neurodegeneração das redes neurais. Objetivo. Analisar as técnicas ecológicas de reabilitação neuropsicológica e a sua efetividade no tratamento de indivíduos com APP por meio de uma revisão sistemática de literatura. Método. Foram selecionados, no PubMed, 42 estudos em pacientes com idade entre 50 e 80 anos e com diagnóstico APP, usando os descritores Primary Progressive Aphasia/rehabilitation/therapy publicados entre 2014 e 2020. Destes, foram excluídos os estudos de caso e aqueles com tratamentos medicamentosos ou com estimulação transcraniana. Resultados. Cinco publicações foram selecionadas seguindo os critérios de inclusão e exclusão. Os estudos construíram a base das técnicas de estimulação da nomeação através da apresentação de imagens com seus respectivos nomes. Estudos avançaram em treinar com variações nas imagens de mesmo conteúdo para analisar a generalização da aprendizagem. Conclusão. Dentre os estudos selecionados pode se observar uma melhora significante nos pacientes de APP, tanto com a generalização como na manutenção. Portanto, a intervenção de nomeação de imagens contribui para proteção ou melhora da função linguística em declínio nesse grupo de pacientes. Entretanto, existem poucos estudos com amostragem randomizada e com grupo controle para avaliar os efeitos de reabilitação neuropsicológica de pacientes com APP.
A síndrome de Potocki-Lupski (PTLS), ou trissomia 17p11.2, caracteriza-se por microduplicação da banda 11.2 do cromossomo 17. Trata-se de uma síndrome recém descoberta, associada à síndrome de Smith-Magenis - SMS e caracteriza-se pela presença de sintomas dos transtornos do espectro do autismo, comprometimentos cognitivos, dificuldades na fala e aprendizagem, hipotonia e alterações cardíacas congênitas. O objetivo desse estudo foi estabelecer o perfil cognitivo de um adolescente diagnosticado com PTLS. O participante, do sexo masculino, tinha 19 anos, cursando o nono ano do ensino fundamental, e foi diagnosticado nesta mesma idade, antes desta avaliação, solicitada devido às suas dificuldades de aprendizagem. Foram realizadas entrevista anamnésica, entrevista semi-estruturada com o adolescente, cinco sessões em que foram administrados testes de inteligência (WAIS-III, Raven), de habilidades cognitivas (RAVLT, TDE, D2, FAS) e de personalidade (HTP) e, ao final, realizou-se a entrevista devolutiva com o adolescente e a mãe. Identificaram-se prejuízos importantes de atenção e funções executivas e déficits relacionados à linguagem, com relativa preservação da organização perceptiva-visual e da velocidade de processamento. O atraso cognitivo e as dificuldades de aprendizagem, sobretudo relacionadas à aquisição de habilidades escolares, corroboram dados da literatura. Por outro lado, foram observadas pontuações próximas à média em provas de inteligência, o que não reflete sua real funcionalidade, indicando que resultados majorados em testes padronizados podem ser efeito de supertreino ou podem refletir os déficits executivos, usualmente não identificáveis em testes de inteligência. A avaliação neuropsicológica possibilitou o estabelecimento do perfil cognitivo, indicando forças e fraquezas, fornecendo subsídios ao projeto terapêutico no âmbito clínico e educacional. Introduction: Potocki-Lupski syndrome (PTLS), or trisomy 17p11.2, is characterized by microduplication of band 11.2 of chromosome 17. It is a newly discovered syndrome, associated with Smith-Magenis syndrome (SMS) and presents symptoms of the autism spectrum disorders, cognitive impairments, speech and learning difficulties, hypotonia and congenital heart alterations. Objective: The aim of this study was to describe the cognitive profile of an adolescent with PTLS. Method: The male participant was 19 years of age, enrolled in the ninth year of elementary education, and was diagnosed at this age, prior to this evaluation, due to his learning difficulties. An anamnesis interview, a semi-structured interview, five sessions in which intelligence tests (WAIS-III, Raven), cognitive ability tests (RAVLT, TDE, D2, FAS) and personality tests (HTP) were administered, and a return interview with the adolescent and the mother were carried out. Results: Significant impairments in attention and executive functions and language-related deficits were identified, with relative preservation of the perceptual-visual organization and processing speed. The cognitive delay and learning difficulties, especially related to the acquisition of academic skills, corroborate data from the literature. Scores close to the average in intelligence tests were observed, which did not reflect the real functionality. Conclusions: Higher scores in the standardized tests may have been an effect of intensive training or may reflect executive deficits that are usually unidentifiable in intelligence tests. The neuropsychological evaluation established the cognitive profile, indicating strengths and weaknesses, providing support for the therapeutic project in the clinical and educational context.
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