O objetivo deste foi refletir acerca do papel de cuidadora atribuído a mulheres que acompanham pacientes em tratamento hemodialítico. Apresentamos relato de experiência, destacando que os estudos de gênero discutem e problematizam o cuidado como uma condição feminina na atualidade e o conhecimento da psicologia da saúde para refletir acerca das repercussões psíquicas envolvidas neste cuidado do outro, que pode ocasionar impactos na saúde mental das cuidadoras. Como considerações finais, destacamos a importância da discussão dos estudos de gênero aplicadas ao contexto da Psicologia da Saúde.

Resumo: Este artigo tem como objetivo geral apresentar os efeitos subjetivos do trabalho de luto relatado por uma mulher vivendo com VIH/Sida e, especificamente, analisar e discutir os principais pontos elucidativos do sofrimento experienciado por ela. A interlocutora do estudo é Ana Paula, participante do documentário Positivas. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa em Psicanálise, selecionando fragmentos do seu relato, que desvelou a vivencia de lutos: pela perda da condição de ser saudável; pelas alterações corporais sofridas; e pela morte de seu filho. O processo de travessia no trabalho de luto transformou angústia e dor frente às perdas em palavras e voz. Pela via da sublimação, a participante interrogou acerca de como os estigmas e preconceitos atravessam a vida das pessoas vivendo com Sida, cabendo a esta mulher um lugar de “ativista” frente à doença e não mais de “expecta-dor(a)”.Palavras-chave: VIH/Sida. Trabalho do luto. Documentário Positivas.Abstract: This article has as general objective to present the subjective effects of the mourning work reported by a woman living with HIV/Aids. The interlocutor of the study is Ana Paula, a participant in the documentary Positives. To this end, a research in Psychoanalysis was developed, selecting fragments of her report, who unveiled the experience of mourning: for the loss of the condition of being healthy; for the bodily alterations suffered; and also for the death of her son. The process of crossing the mourning work transformed anguish and pain in the face of losses in words and voice. Through sublimation, the participant asked about how stigmas and prejudices cross the lives of people living with AIDS, leaving this woman a place of "activist" in face of the disease and no longer an expectant (a).Keywords: HIV/Aids. Mourining’s Work. Documentary Positives.

Este trabalho narra a entrevista realizada com a professora Zélia Amador de Deus, em nove de março de 2022, que coordena atualmente a Assessoria de Diversidade e Inclusão – ADIS, Universidade Federal do Pará (UFPA), responsável pelo planejamento, coordenação, definição, implementação e acompanhamento de políticas de ações afirmativas. Abordou-se o debate em torno da alteração, em 2022, da Lei 12.711/2012, dada sua importância como um avanço do Estado brasileiro para minorar os efeitos do racismo, e as manobras políticas tentando esvaziar a garantia de direitos já conquistados. Também se tratou o polêmico tema das fraudes ao sistema de cotas, seus impactos, e as formas de combatê-las. Na voz de Zélia Amador de Deus, encontramos a narrativa de protagonismo no seio do movimento negro, na implantação das políticas de ação afirmativa e em prol do sistema de cotas para negros e negras nas Universidades públicas do Estado brasileiro.

O presente trabalho se propôs a investigar os possíveis efeitos da escrita de um caso clínico para o analista e para a transmissão. Para tanto, empreendemos uma pesquisa teórica em psicanálise, que teve como fruto este ensaio. Como resultados e discussões elaboramos duas seções. A primeira destaca o lugar do caso clínico como privilegiado e original no desenvolvimento de pesquisas psicanalíticas, demarcando funções a partir de sua escrita, entre elas, interrogar a teoria, problematizar o encontro analítico em sua dimensão singular e propiciar a ancoragem para construções metapsicológicas. Na segunda seção, discutimos acerca dos efeitos da escrita do caso para o psicanalista que, em seu trabalho de composição escrita, pode fazer o luto do processo vivido, como parte de uma elaboração necessária para a dissolução da lógica transferencial. Abordamos ainda como a transmissão opera em seu valor de possibilidade/incompletude, marcada pelo real da clínica. Como considerações finais, destacamos a dimensão não-toda da escrita, acima de tudo, a aposta de que não devemos recuar frente ao desafio de escrever a clínica.

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