O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia que acomete predominantemente a genitália dos cães, mas a apresentação exclusivamente extragenital já foi observada. A transmissão ocorre por implantação de células tumorais por contato. Os animais adultos e com acesso à rua geralmente são os mais acometidos. TVT genitais raramente apresentam metástases e ainda não havia sido relatado metástase de TVT exclusiviamente extragenital. A PAAF (punção por aspiração com agulha fina) é o método padrão utilizado para o diagnóstico. O objetivo do presente relato foi descrever os achados clínicos, citopatológicos, histopatológicos e imunohistoquímicos de um caso de TVT cutâneo com metástase esplênica, sem presença de lesão genital, em uma cadela de quatro anos de idade, atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia. Ao exame clínico foram observados múltiplos nódulos subcutâneos. A PAAF de todos os nódulos foi realizada. Ao exame de ultrassom da região abdominal, foi observado aumento do baço. O animal foi submetido à cirurgia de esplenectomia. Fragmentos da massa foram enviados para o laboratório de histopatologia do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia para serem processados rotineiramente. Devido à localização incomum do tumor no baço, foi realizado painel imunohistoquímico para o diagnóstico diferencial. As células neoplásicas foram positivas para o anticorpo anti-vimentina, anti-lisozima e alfa1-antitripsina. A localização primária cutânea de TVT é infrequente e metástase ainda não havia sido relatada. Sendo assim, a confirmação imunohistoquímica é aconselhável nestes casos.
O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um cão, mestiço, de dois meses de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com histórico de emagrecimento progressivo, diarreia e vômito. Ao exame clínico, foi observado mucosas pálidas e sopro grau IV em foco mitral. Foram realizados exames radiográficos simples e contrastados e, posteriormente, atribuído o diagnóstico de megaesôfago. Devido a complicações posteriores, o animal foi submetido à eutanásia e encaminhado ao Departamento de Patologia Animal - UFU. À necropsia, foi visualizado cordão brancacento cilíndrico com origem no coração, comprimindo traqueia e esôfago. Acima dele, observou-se dilatação esofageal com presença de líquido leitoso. O megaesôfago foi atribuído à persistência do arco aórtico direito (PAAD). A PAAD é considerada a alteração de anel vascular mais comum em cães. Em animais jovens, caracteriza-se por ser a principal causa de disfagias e dilatações do esôfago. Durante a embriogênese, há formação de diversas estruturas vasculares, entre elas os arcos aórticos. Em condições fisiológicas, o arco aórtico esquerdo persiste ao nascimento e dá origem a aorta descendente. Se o arco aórtico direito não regride, é este quem dará origem a aorta, se posicionando à direita do esôfago e traqueia. O ducto arterioso que regride ao fim da formação fetal em ligamentum arteriosum, transpassa o esôfago, causando compressão a nível da base cardíaca e dilatação cranial do órgão. Apesar de pouco frequente, o megaesôfago congênito por PAAD deve ser considerado como diagnóstico diferencial no caso de cães jovens com disfagia. Alterações congênitas dos anéis vasculares, caso não corrigidas, possuem prognóstico desfavorável.
Background: Mammary tumors are a type of neoplasia that are most commonly found in female dogs and are mostly malignant. The aim of this study, performed in the Laboratory of Veterinary Pathology of the Federal University of Uberlândia (LVP-FUU) from 2004 to 2014, was to determine the prevalence of mammary tumors in bitches and to verify the relationship between the epidemiological factors (age and breed) and clinicopathological aspects (ulceration, tumor size, and malignancy) in the occurrence of tumors.Materials, Methods & Results: A retrospective study was carried out using histopathological information retrieved from the LPV-UFU database. We collected the information on age and breed of female dogs, as well as about the location, macroscopic aspects, and histological diagnosis of mammary lesions. Only female dogs were considered for this study; a total of 911 histopathological protocols (with only one diagnosis) were analyzed along with 36 protocols that presented more than one diagnosis of mammary tumor. The age of animals ranged from one to 20 years, and the mean age was 9.99 years. The most affected breeds of dogs were: Cross breed (39.56% - 288/728) and Poodle (20.19% - 147/728). The inguinal glands were most affected by the malignant tumors (P < 0.05). A prevalence of tumors bigger than 5 cm in diameter (T3) was observed in the elderly animals (P = 0.0154) and in the inguinal mammary glands (P = 0.044). Simple carcinoma was the most frequent histological type.Discussion: Research shows that more than 40% of the tumors in bitches are located in the mammary glands, emphasizing the importance of this type of neoplasia in female dogs. Mammary tumors develop more frequently in the middle-aged and elderly bitches, with the highest occurrence being in the age range of 8 and 10 years, corroborating our observation in the present study that the mean age of bitches was 9.99 years. In this survey, a higher incidence was observed in mongrel bitches compared to that in the Poodle breed. Some authors affirm that there is no racial predisposition for the occurrence of this pathology; however, a compilation of data suggests a predisposition of at least 10 breeds, with the involvement of an as yet unidentified genetic component. Of these, six breeds (Poodle, Cocker Spaniel, Pointer, Maltese, Yorkshire Terrier, and Dachshund) were found to be predisposed to mammary tumors in this study. The percentage (49.23%) of malignant tumors found in the inguinal glands is consistent with the findings reported in literature, and might be associated with a greater amount of parenchyma, abundance of hormone receptors in these glands, and vascularization provided by the caudal superficial epigastric artery and vulvar branches of external pudendal artery. Tumor size is considered to be a prognostic factor and tumors ≤ 3 cm in diameter (T1) have a better prognosis. Consequently, the prevalence of tumors ≥ 5 cm in diameter (T3) in elderly animals is probably related to malignancy of the lesions, because tumors usually progress to a worse histological grade with time. The higher occurrence of T3 in inguinal glands might be related to the abundance of parenchyma and/or hormonal receptors in them. As in the present study, data from literature refer to the superiority of malignant histological types, with prevalence varying between 68 and 91%. When prolonged, the time between the onset of tumor and clinical evaluation may be a determinant in the progression from benign to malignant tumors. Among the malignant neoplasms, simple carcinoma was observed to be prevalent, followed by mixed tumors with carcinoma, in agreement with the results of several studies. It is concluded that mammary tumors are more prevalent in older mongrel dogs and Poodle. Attention should be paid to inguinal mammary tumors, because these are mainly malignant.
O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de leishmaniose visceral (LV) em gatos domésticos na região de Uberlândia-MG, registrar os achados necroscópicos, e avaliar se há coinfecção com o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e o Vírus da Leucemia Felina (FeLV). Colheu-se sangue por punção venosa de 29 gatos adultos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Uberlândia-MG, selecionados aleatoriamente. Durante a necropsia, os achados macroscópicos foram registrados, e realizou-se imprint de diversos órgãos. Exames sorológicos para a detecção de FIV e FeLV foram realizados, assim como pesquisa de formas amastigotas de Leishmania sp nas amostras de imprint. Ao exame citopatológico, não foram observadas formas amastigotas de Leishmania sp nas amostras. Nos testes para identificação de FIV e FeLV, dois animais (6,90%) foram reagentes para FIV e nenhum para FeLV. A leishmaniose visceral (LV) é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania e representa um grande impacto na saúde pública e animal. Acomete vários mamíferos, principalmente o cão e o homem. Especula-se a probabilidade de outros animais de companhia como o gato doméstico (Felis catus) também participarem do ciclo epidemiológico da doença. Gatos com leishmaniose visceral apresentam quadro de anemia discreta a moderada e também lesões cutâneas similares às encontradas neste estudo. A FIV também gera quadros de anemia, e os dois animais sororreagentes para FIV apresentaram mucosas branco porcelana ao exame necroscópico. Dentre as três enfermidades estudadas, somente FIV é endêmica na região de Uberlândia-MG. Apesar de não ter sido identificado nenhum gato com LV por meio do exame parasitológico, atenção deve ser dada a esta enfermidade, uma vez que este teste é de baixa sensibilidade.
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