Resumo:A globalização ampliou a participação de outros atores nas relações internacionais, tais como governos subnacionais e diversas instituições não governamentais (ONGs, empresas, universidades etc.). Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é demonstrar, com um estudo de caso da inserção internacional de Uberlândia-MG, que uma cidade pode se internacionalizar com a participação de diversos atores, por meio de uma governança multinível. Ademais, tomando-se como referência a definição de cidade internacional, de Panayotis Soldatosque aponta ser a paradiplomacia pública um dos critérios para se chegar a esta característica -, demonstra-se, também, o fato de que Uberlândia-MG vem avançando na sua internacionalização, mesmo sem a existência de uma paradiplomacia pública. Este trabalho também utiliza o método prospectivo de Michel Godet, a fim de criar um simples cenário de médio prazo para a inserção internacional de Uberlândia-MG, baseando-se nos chamados "fatos portadores de futuro". Nesse sentido, ao se observar as ações que já vêm sendo colocadas em prática, por diversos atores, ao longo dos últimos 18 anosressaltando a criação, em 2017, de uma Câmara Técnica para fins de internacionalização, numa instituição municipal não governamental (o CODEN), com a participação do setor privado, das universidades, da sociedade civil e do governo municipal -, é possível visualizar um cenário de evolução, cada vez maior, dessa internacionalização, até o final da próxima década. Afinal, isso criou uma pressão natural sobre o governo municipal, a fim de que ele começasse a participar, efetivamente, dessa inserção internacional, por meio de uma paradiplomacia pública que também fortalecerá esse processo.
Palavras-chave:Atores subnacionais, internacionalização de cidades, paradiplomacia pública, governança multinível, Uberlândia-MG.