Uma comunicação de Morris Swadesh publicada nos Anais do XXXI Congresso Internacional de Americanistas aventou um possível aperfeiçoamento da classificação das línguas americanas através do emprego da estatística lexical. Na mesma ocasião, apresentamos um trabalho sobre as chamadas línguas “impuras” do Tupí-Guaraní, servindo-nos do método léxico-estatístico.
O propósito deste trabalho é apresentar uma subdivisão da família linguísticaTupí-Guaraní com base no conhecimento que atualmente temos dela.Embora o conhecimento das línguas Tupí-Guaraní tenha aumentado consideravelmentenos últimos 25 anos, desde a publicação de minha classificaçãoanterior (Rodrigues 1958a, b), sobretudo devido à documentação e análise degrande número de línguas, não está, entretanto ainda suficientemente desenvolvidode modo a poder-se lançar mão de todos os aspectos fonológicos,gramaticais e lexicais das diversas línguas.
SUMMARYIn this paper the authors systematically compare the phonemes and main morphological features of the Amazonian language Mawe with those of the Tupi-Guaranian languages as a contribution to understanding the disputed position of Mawe in the Tupi linguistic stock - as a member of the Tupi-Guarani family or as another branch of the stock. The phonological comparison is made with the reconstructed phonemes of Proto-Tupi-Guarani and the correspondences found are presented in reference to the reconstructed Proto-Tupi phonemes. Since Mawe has been exposed during the last 300 years to contact with a Tupi-Guaranian language, Amazonian Lingua Geral, sure or probable loans of this language in Mawe are taken into account and not included in the search for cognate lexical items. 190 cognate pairs are established, most of them belonging to 'non-cultural' semantic domains. Several particular phonological issues are discussed as well as some cases of lexical differentiation, and in both cases other members of the Tupi stock are taken into consideration. An overview of the Proto-Tupi-Guarani verb morphology is presented as an introduction to a somewhat detailed comparison of Mawe and Tupi-Guaranian morphology. The conclusion points to the probability of Mawe having split from a Mawe/ Aweti/Tupi-Guarani branch of the Tupi stock before the dispersion of the Tupi-Guarani family as such.RÉSUMÉDans cet article les auteurs comparent les phonemes et les principaux traits morphologiques de la langue amazonienne mawe avec ceux des langues tupi-guaranies comme une contribution a la comprehension de la position du mawe dans le tronc linguistique tupi, soit comme un membre de la famille tupi-guarani, soit comme une autre branche du tronc. On compare les phonemes du mawe avec ceux du proto-tupi-guarani et on presente les correspondances trouvees a partir des phonemes reconstruits pour le proto-tupi. Puisque le mawe a ete expose pendant les trois derniers siecles au contact avec une langue tupi-guaranie, la 'lingua geral' amazonienne, les emprunts surs ou probables de cette langue sont consideres et exclus de la comparaison avec le proto-tupi-guarani. On a trouve 190 paires de correspondances lexicales, lesquelles appartiennent sourtout a des domaines semantiques 'non-culturels'. On discute plusieurs problemes phonologiques particuliers aussi bien que quelques cas de differentiation lexicale en prenant en consideration aussi d'autres membres du tronc tupi. Une synopse de la morphologie verbale proto-tupi-guaranie est presentee pour introduire la comparaison de la morphologie mawe, celle-ci faite avec assez de detail. En concluant on signale qu'il est probable que le mawe soit issu d'une branche mawe/aweti/tupi-guarani du tronc tupi avant la dispersion de la famille tupi-guaranie propre-ment dite.ZUSAMMENFASSUNGIn vorliegendem Aufsatz vergleichen die Verfasser die Phoneme und die hauptsachlichen morphologischen Erscheinungen der amazonischen Sprache Mawe mit denjenigen der tupi-guaranitischen Sprachen mit der Absicht, zum Verstandnis der Stellung des Mawe innerhalb des Tupi-Sprachstammes, sei es als Mitglied der Tupi-Guarani-Familie, sei es als ein weiterer Zweig des Stammes, beizutragen. Die Phoneme des Mawe werden mit denjenigen des Proto-Tupi-Guarani verglichen und die gefundenen Entsprechungen in Bezug zu den rekonstruierten Phonemen des Proto-Tupi gesetzt. Da das Mawe wahrend der letzten dreihundert Jahre in Beruhrung mit einer Tupi-Guaraní-Sprache, der amazonischen Lingua Geral, gewesen ist, werden sowohl die sicheren als auch die vermutlichen Lehnworter aus dieser Sprache heraus-gefiltert und nicht fur die Vergleichung mit dem Proto-Tupi herangezogen. 190 lexikalische Entsprechungen, meistens aus 'nicht-kulturellen' Bedeutungs-bereichen, werden aufgefuhrt. Mehrere besondere phonologische Fragen und manche Falle lexikalischer Differenzierung werden besprochen, wobei andere Zweige des Tupi-Sprachstammes beriicksichtigt werden. Eine Ubersicht iiber die verbale Morphologie des Proto-Tupi-Guarani gilt als Einleitung zur Vergleichung der Morphologie des Mawe, die recht detailliert ausgefuhrt wird. Zum Schluß wird vorgeschlagen, daB das Mawe sich noch vor der Aus-gliederung der Tupi-Guarani-Sprachfamilie von einem zeitlich friiher anzuneh-menden Mawe/Aweti/Tupi-Guarani-Zweig des Tupi-Stammes getrennt hat.
O presente artigo constitui um ensaio de sistematizaçãoda morfologia do verbo em Tupí antigo. A expressão Tupí antigo é aquiempregada para designar a língua falada pelos índios Tupinambá do Brasiloriental no período abrangido pelos séculos XVI e XVII. As fontes para oconhecimento desta língua estão especificadas em outro artigo do autor1;por isso aqui se faz referência apenas às que mais diretamente fornecerammaterial para este trabalho: são as gramáticas de Anchieta e Figueira2 e, subsidiariamente,o “Vocabulário na língua brasílica”3; os textos contribuírampara esclarecer, confirmar ou completar o material contido nas gramáticas eno vocabulário. Alguns aspectos da morfologia verbal já foram apresentadosem artigo anterior.
O Tupinambá é uma língua indígena da família Tupí-Guaraní, falada emgrande parte da costa atlântica do Brasil, a qual foi amplamente documentadanos séculos XVI e XVII, mas que foi deixando de ser falada, principalmentedevido ao extermínio de sua população, num processo que praticamente seconcluiu na primeira metade do século XVIII. As fontes documentais aqui utilizadassão indicadas abreviadamente após os exemplos e vão listadas no fimdo artigo. Como a maioria das línguas, o Tupinambá tem duas classes lexicaisprincipais, o nome e o verbo. Estas são identificáveis morfologicamente, poisos verbos podem receber prefixos pessoais marcadores de sujeito, o que nãoacontece com os nomes.
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