RESUMO -A produção de etanol no Brasil é realizada por via fermentativa empregando a levedura Saccharomyces cerevisiae em temperaturas na faixa de 30 a 34ºC. Um dos problemas enfrentados pelas usinas, principalmente em regiões de clima quente, está relacionado com o controle da temperatura durante a fermentação, uma vez que o processo é exotérmico. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de uma levedura termotolerante do gênero Kluyveromyces marxianus em experimentos realizados a 40 o C. Os resultados obtidos foram comparados com experimentos realizados com cepas comercial e industrial da levedura S. cerevisiae em experimentos realizados a 34ºC. INTRODUÇÃOO Brasil é o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar, também chamado de etanol de primeira geração (E1G). O processo mais empregado industrialmente para a produção do etanol é a fermentação alcóolica utilizando a levedura Saccharomyces cerevisae. As fermentações industriais duram de 6 a 12 horas, a uma temperatura entre 32 e 35°C, com um rendimento médio de etanol de 90 a 92% em relação a conversão teórica. Em países tropicais, há um grande gasto de energia com o resfriamento das dornas para manter a temperatura de cultivo em níveis aceitáveis de forma a não diminuir a viabilidade celular, o que resultaria em queda na produção de etanol.Denominam-se leveduras termotolerantes aquelas capazes de manter o seu metabolismo a temperaturas iguais ou acima de 40 ºC (Banat et al., 1998). A produtividade do processo fermentativo está atrelada a atividade das leveduras e dentre os fatores que podem influenciar o metabolismo das células, destaca-se a temperatura. Normalmente há um controle desta variável, pois o processo ocorre na faixa de temperatura ótima de 30-35 ºC e as reações envolvidas na fermentação são exotérmicas (Vasconcelos, 2015). Contudo, em locais de clima quente manter a temperatura ótima de fermentação pode se tornar caro ou inviável. Neste contexto surgiu a necessidade de se utilizar leveduras que pudessem manter suas atividades celulares em temperaturas mais altas (Hacking et al., 1984), evitando assim possíveis paradas na produção devido ao superaquecimento dos reatores (Banat et al., 1998). A levedura
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