Este artigo se constitui numa autobiografia intelectual do autor, relacionada necessariamente com sua história de vida ou sua biografia pessoal, a exemplo de vários grandes autores citados no texto. Sua trajetória acadêmica de docente e pesquisador, em várias universidades, foi inteiramente no campo da educação, com ênfase à educação popular, à educação do campo, aos movimentos sociais e ao diálogo intercultural. Suas preferências teóricas são por autores comprometidos com os excluídos, e com a construção de um mundo mais solidário.
Resumo: O artigo pretende contribuir para um discurso caro ao tempo atual: a urgência das questões ambientais. Para isso trazemos autores reconhecidos mundialmente que tratam dos dramas que nos acometem cotidianamente. Busca-se também apontar o modo como o tema de uma crise ambiental tem entrado na pauta da sociedade atual, sobretudo nas mídias, sustentando muitas vezes uma política do medo. Enfatiza-se a discussão de uma ética do cuidado planetário, tomando o cuidado como categoria ontológica capaz de nos reconectar com a Terra. Ante a política do medo, feita da culpa e do terror, a Educação tem a responsabilidade de agenciar uma práxis que favoreça o sentido de coletividade e ação política, contrário ao individualismo contemporâneo.
Paulo Freire escreveu, em sua Terceira Carta Pedagógica: “Se a educação sozinha, não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” (FREIRE, 2000, p.67). Nesta perspectiva, a educação não pode restringir-se aos problemas de sala de aula. Na sua necessária dimensão ético-política precisa contribuir para a solução de problemas hoje tão graves, que dizem respeito à própria sobrevivência da humanidade e do planeta como um todo. Trata-se, pois, de pensarmos a educação em termos de urgência máxima, ou de “situações-limite” plantarias. Objetivo principal deste artigo é o de buscar, tanto nas obras de diferentes autores, quanto em projetos inovadores, elementos para aquela que denomino “pedagogia das grandes urgências”. A pergunta que levanto, para mim e para os que me lerem, é esta: Qual a contribuição que nos cabe darmos, como educadoras e educadores, para a construção de um mundo mais humano e solidário, numa época que muitos estudiosos consideram caracterizada por diferentes e cruéis formas de barbárie?
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