Introdução: Profissionais farmacêuticos vêm se inserindo na equipe multiprofissional assumindo a responsabilidade de promover tratamento farmacológico adequado com o propósito de alcançar resultados terapêuticos concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Nesse processo, há detecção, correção e prevenção de problemas relacionados a medicamentos (PRMs) que são quaisquer eventos indesejáveis apresentados pelo paciente relacionados com sua farmacoterapia. Objetivos: Descrever PRMs identificados na prática assistencial farmacêutica em pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva. Método: Trata-se de uma análise retrospectiva do banco de dados criado no programa Microsoft Office Excel® 2016 da Unidade de Farmácia Clínica de um hospital público de Salvador. Compuseram esta análise PRMs identificados na assistência farmacêutica prestada a pacientes adultos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no período de janeiro a julho/2022. Os resultados foram tabulados e analisados. Resultados: Foram identificados 135 PRMs durante a assistência prestada a 208 pacientes. 18,52% (25) foram PRMs de indicação, 56,30% (76) de segurança, 15,55% (21) de efetividade e 9,63% (13) de adesão. Sobredoses, subdoses, necessidade de tratamento ou profilaxia, risco de administração incorreta, ajuste de posologia e reações adversas a medicamentos foram os principais problemas que levaram a uma intervenção farmacêutica. As intervenções foram sugeridas a médicos, equipe de enfermagem e nutricionista e consistiram em ajustes de dose, inclusão, substituição ou suspensão do medicamento, orientações quanto ao melhor horário e forma de administração. Das intervenções realizadas 89,63% (121) foram aceitas e 10,37% (14) não foram aceitas. Estas foram justificadas pela ausência de alternativa terapêutica e pela decisão de se manter a terapia avaliando o risco – benefício. Conclusão: A presença da farmacêutica compondo a equipe multiprofissional de intensivistas previne problemas relacionados a medicamentos garantindo segurança e mais qualidade da assistência prestada ao paciente.
Introdução: Omissão na administração de doses de medicamentos prescritos a pacientes hospitalizados em unidade de terapia intensiva pode implicar em consequências negativas para o paciente, bem como para o sistema de saúde. A omissão indevida pode resultar em ausência de efeito terapêutico e, consequentemente, levará o prescritor a uma mudança na conduta terapêutica que implica maiores custos. Fatores relacionados às etapas de uso dos medicamentos interferem diretamente na ocorrência de erro e a revisão periódica dos processos promove redução de erros relacionados ao uso de medicamentos. Objetivos: Estimar a incidência de erros de medicação por omissão de doses e as justificativas para a não administração de medicamentos pela equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva (UTI) em um hospital universitário no nordeste brasileiro. Método: Estudo observacional prospectivo no qual todas as doses de medicamentos de uso sistemático dos pacientes hospitalizados na UTI foram monitoradas a cada horário de administração durante 10 dias não consecutivos. As equipes médica e de enfermagem estavam cegas em relação aos objetivos do estudo. Resultados: Foram monitoradas 831 doses de medicamentos dispensadas para os pacientes hospitalizados na UTI no período de estudo. Dessas, 108 (13%) deixaram de ser administradas aos pacientes, por diversas causas. A incidência de erro por omissão na administração de doses foi de 6,7% (n=56), o que correspondeu a 52% (56/108) das doses devolvidas ao Serviço de Farmácia. Outras causas mais comuns de devolução de medicamentos foram suspensão da dose pelo médico 3,9% (n=32) e a administração de subdose 1,2% (n=10). As doses omitidas envolveram medicamentos para o sistema nervoso (30,4%), seguidos pelos de ação em órgãos hematopoiéticos (21,4%), os que atuam no trato gastrointestinal (19,6%) e antimicrobianos (12,5%). Conclusão: A incidência de erros de medicação por omissão de doses na UTI foi elevada, sendo a principal causa de devolução de medicamentos não administrados ao Serviço de Farmácia.
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) pode evoluir para terapia renal substitutiva. Controlar as doenças de base é imprescindível para retardar a progressão da DRC e o uso adequado de medicamentos está relacionado com resultados positivos. Nesse contexto, o profissional farmacêutico pode contribuir na identificação de problemas que interfiram na adesão e propor estratégias para alcançar as metas terapêuticas. Objetivos: Descrever a estruturação da assistência farmacêutica em um ambulatório com atendimento multidisciplinar ao paciente portador de DRC. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a inserção do profissional farmacêutico em um ambulatório multidisciplinar em um Hospital Universitário de Salvador-Bahia. Resultados/Discussão: A equipe é composta de 02 médicas, 02 farmacêuticas e 01 nutricionista que atendem uma média de 14 pacientes/dia. A inserção das farmacêuticas na equipe ocorreu em agosto/18, com o objetivo de trabalhar adesão terapêutica em pacientes com DRC nos estágios 4 e 5 não dialítico. O atendimento é realizado uma vez na semana e os pacientes são encaminhados para a consulta farmacêutica após consulta médica. Durante o atendimento, as farmacêuticas colhem informações relacionadas à experiência dos pacientes com os medicamentos: quais e como utilizam, onde os adquirem e armazenam em casa, qual a indicação de cada um e sua importância para o tratamento. Questões relacionadas a esquecimento, descuido no horário de administrar, esquecimento de adquirir novos medicamentos antes de acabarem são relevantes para avaliar o nível de adesão. A entrevista do paciente e o teste de Morisky e Green são ferramentas utilizadas para identificar e avaliar os fatores que interfiram no processo de adesão. O paciente que possuir baixa adesão é classificado com a necessidade de acompanhamento farmacoterapêutico e, então, estratégias são traçadas para promover a adesão à terapia. Essa prática é sistematizada e documentada no prontuário eletrônico. Caso seja observado durante o acompanhamento que a escolha da terapia farmacológica esteja impactando a adesão, uma discussão é realizada com a equipe médica e, quando possível, o medicamento é substituído para minimizar esse efeito negativo no resultado terapêutico. Conclusão: O presente relato mostra o desafio que é trabalhar a adesão terapêutica em pacientes com DRC e que a inserção do farmacêutico na equipe multidisciplinar é fundamental para que os objetivos terapêuticos sejam alcançados.
Introdução: A adesão à terapêutica é imprescindível para o sucesso do tratamento, principalmente nas doenças crônicas como a renal (DRC). Avaliar a adesão é fundamental para compreender os fatores relacionados a resultados negativos e identificar medidas que visem a sua melhoria. Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes portadores de DRC em um ambulatório multidisciplinar e identificar os fatores que influenciam na adesão a farmacoterapia. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal com pacientes com DRC grau 4 e 5 não dialíticos atendidos em um ambulatório de nefrologia, no Hospital Universitário, SalvadorBahia. Para avaliar adesão foram utilizados a entrevista ao paciente e o teste de Morisky e Green (TMG). Resultados/Discussão: Foram atendidos 68 pacientes em 8 meses. Observouse que 41% (28/68) apresentaram problemas relacionados ao uso de medicamentos que impactavam diretamente na adesão. Destes, 61% (17/28) eram do sexo feminino com idade variando entre 19 e 90 anos. O nível de escolaridade variou muito entre os pacientes sendo 14,3% (4/28) analfabetos, 18% (5/28) fundamental completo, 21,4% (6/28) fundamental incompleto, 32,1% (9/28) ensino médio completo e 14,3% (4/28) superior completo. Dos 6 pacientes com nível superior, 4 deles não apresentavam boa adesão, o que sugere que, talvez, um maior nível de escolaridade não exerça impacto direto na adesão. Trinta e cinco porcento (24/68) dos pacientes possuíam algum tipo de deficiência sendo predominante a visual 71% (17/24). Tem-se que 100% (9/9) dos pacientes não aderentes com deficiência visual eram responsáveis pelo autocuidado, e os demais (8/17) tinham suporte da família ou cuidador o que impactou positivamente na adesão. No TMG observamos que apesar da alta pontuação, que os classificaria com boa adesão, 71% (20/28) dos pacientes não eram bons aderentes. Esse resultado demonstra que, isoladamente, a pontuação do teste não garante que o paciente possua bom nível de adesão. Fatores como deficiência visual, analfabetismo, confusão durante a explicação sobre o uso de seus medicamentos e omissão de doses são indicativos de que o paciente possui dificuldade em aderir ao tratamento. Conclusão: Evidenciou que parte dos pacientes atendidos apresentam problemas de adesão ao medicamento que pode impactar diretamente nos resultados esperados. Nesse contexto, o atendimento farmacêutico tem sido relevante para identificar as causas da não adesão e estabelecer estratégias para alcançar o uso adequado dos medicamentos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.